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Apenas três grupos do IPC subiram menos que índice geral

16:50 | Jan. 04, 2013
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Dos sete grupos que compõem o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apenas três apresentaram variação acumulada em 2012 abaixo da marca de 5,10% registrada pelo índice geral. O grande destaque foi Alimentação, que avançou 10,29% no ano passado, o dobro da alta apurada em 2011 (5,02%), sob o impacto do choque de oferta de commodities.

Depois de Alimentação, o maior aumento entre os grupos em 2012 foi visto em Despesas Pessoais (9,89%), que sofreu ao longo do ano com impactos das altas de preços de passagens aéreas e cigarros. Educação teve aumento acumulado de 8,33%, enquanto Saúde subiu 5,93%.

Pelo lado benigno, sem reajustes de passagens de ônibus nem de combustíveis em 2012, o grupo Transportes foi o destaque, ao avançar somente 0,21% no ano passado, contra 7,03% em 2011. Também subiram em ritmo mais comedido do que o IPC geral os itens Vestuário (3,34%) e Habitação (2,18%). Neste último, foi decisiva a redução de 4,09% acumulada pelo item Energia Elétrica no ano passado, segundo a Fipe.

A inflação de 5,10% em 2012 ficou ligeiramente acima das expectativas da Fipe, que previa 5,00% para o IPC no ano passado. "Não é nenhum desastre. O IPCA deve ficar bastante acima disso", afirmou o coordenador do IPC, Rafael Costa Lima.

De acordo com ele, a diferença de comportamento esperada para os dois índices no ano passado é explicada pelo fato de que, em 2012, por exemplo, outras capitais tiveram reajuste de preços de transporte, o que não ocorreu em São Paulo. "O aumento do salário mínimo tende a ter mais impacto em outras capitais em que o mínimo é um balizador muito forte. Isso explica diferença", disse.

Por outro lado, Costa lima observou que a inflação acumulada em 12 meses vem, há quatro meses, acelerando de forma acentuada, "curiosamente em um momento que a economia está patinando". "Foi um ano de pouca pressão de demanda e contribuição favorável de preços administrados e das desonerações. Mesmo assim, o índice fechou em 5,10%. O número por si só não é alto, mas sim considerando a conjuntura atual. Pelo momento da economia, deveria estar abaixo do centro da meta (4,5%)", avaliou.

Já a taxa de 0,78% do IPC fechou dezembro bastante acima da previsão de 0,66% feita pelo coordenador do IPC. "O pico de alta de energia elétrica, os preços de etanol e de passagem área fizeram com que a previsão furasse", justificou. Estes três itens subiram, em dezembro, 1,02%, 4,14% e 20,10%.

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