Novos IPOs dependem de volta da confiança do empresário
Para este ano, a expectativa da BM&FBovespa era de que no mínimo 40 empresas abrissem capital. Edemir chegou a revisar essa projeção para baixo no segundo semestre, mas ainda assim a nova previsão não foi alcançada. Apenas três empresas abriram capital na bolsa este ano: BTG Pactual, Locamérica e Unicasa. Além delas, a Taesa, subsidiária da Cemig, fez um "re-IPO", uma vez que já tinha ações listadas.
"O mercado de capitais é muito sensível. Qualquer mudança impacta o empresariado brasileiro, que precisa retomar a sua confiança", destacou ele, na manhã desta segunda-feira, citando a queda dos juros, as mudanças no sistema financeiro e também no setor elétrico.
Edemir se diz otimista com o cenário de 2013, mas ressalta que o desafio para que mais IPOS venham a mercado é "grande". Isso porque, segundo ele, se não acontecerem melhoras no cenário externo e também no ambiente local, o mercado deve seguir seletivo quanto a operações de abertura de capital. "Obviamente, se nada acontecer, o mercado vai continuar refém de operações altamente conhecidas e com boas histórias", avaliou o executivo.
Questionado sobre a participação de IPOs menores nas ofertas que podem ser feitas em 2013, o presidente da BM&FBovespa também disse que está otimista em relação ao novo papel que essas operações podem ganhar no mercado brasileiro de capitais daqui para a frente. "Os IPOs menores devem passar a atuar como atores principais", resumiu ele.
Dentre as iniciativas da bolsa que devem contribuir com o maior volume de ofertas de ações menores, Edemir destacou a parceria que a BM&FBovespa tem com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco do Brasil, mas também instituições privadas como Bradesco e Santander.
Sobre o grupo que reúne não só a BM&FBovespa, mas também a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o BNDES e outras entidades cujo propósito é estimular IPOs menores, Edemir disse que já foram feitas duas reuniões e que o novo presidente do órgão regulador, Leonardo Pereira, está participando diretamente das discussões.
O presidente da bolsa participou nesta segunda-feira do seminário internacional "As Bolsas e Iniciativas para Popularizar o Mercado para o Varejo". O evento, que reúne na sede da BM&FBovespa representantes de bolsas, corretoras, agentes reguladores agenda, entre outros, integra a agenda anual de eventos da Federação Ibero-americana de Bolsas (FIAB).