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Geração de empregos nos bancos cai 84%, diz estudo

Para Sindicato dos Bancários do Ceará, o quadro negativo é impulsionado principalmente pelos bancos privados

17:51 | 13/12/2012
As empresas do sistema financeiro nacional dispensaram, de janeiro a setembro deste ano, 32.073 trabalhadores e contrataram 34.949, o que resultou na geração de 2.876 vagas. No entanto, o saldo positivo de empregos foi 84,2% inferior ao do mesmo período do ano passado, quando foram criadas 18.167 postos. Os dados fazem parte da 14ª edição da Pesquisa de Emprego Bancário, realizada trimestralmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

De acordo com Gustavo Tabatinga, diretor jurídico do Sindicato dos Bancários do Ceará, o resultado negativo da geração de postos de trabalho no sistema financeiro está relacionado às medidas adotadas pelo governo federal. À redução de tarifas impostas pelo governo teria desestimulado os bancos privados que em contrapartida desencadeio maior número de demissões em 2012.

“Acredito que a mensagem do governo foi clara. É um absurdo o cidadão pagar mas de 100% ao ano de juros”, afirma Gustavo, ressaltando que os bancos privados estão deixando de apostar no Brasil buscando “ganhar muito com poucas operações”.

Para a Contraf as demonstrações contábeis dos bancos mostram que as instituições financeiras públicas apresentam saldo positivo de emprego nos três trimestres do ano e que o fechamento de postos de trabalho está concentrado nos grandes bancos privados. Gustavo explica que os bancos públicos ainda são os grandes volantes do setor financeiro nacional, uma vez que são as instituições que mais “contratam, emprestam e fomentam a economia do País”.

O presidente da confederação, Carlos Cordeiro, critica a postura dos bancos privados, que, segundo ele, contribui para a concentração da riqueza no país, que é "um dos 12 mais desiguais do planeta”. “A sociedade brasileira não pode aceitar que os bancos privados, que são o setor mais rentável da economia, boicotem os esforços do governo e dos outros setores de incentivar o crescimento econômico, a geração de emprego e a inclusão social", diz Cordeiro.

De acordo com o levantamento, os bancos foram responsáveis por 0,6% do 1,25 milhão de novos empregos gerados pela economia brasileira nos primeiros nove meses do ano. Para Gustavo Tabatinga, o número é considerado negativo se levarmos em conta os saldos anteriores do setor. “E esse resultado só foi mantido principalmente devido às contratações da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil”, ressalta.

Para o diretor jurídico do sindicato, a previsão é de que esse cenário de redução na oferta de empregos se mantenha em 2013. Ele aposta que os bancos privados seguirão adotando medidas conservadoras, enquanto que os bancos públicos devem continuar com as medidas propostas pelo governo. “Acredito que novas agências de bancos públicos serão criadas e o Banco do Brasil, por exemplo, deverá se interiorizar ainda mais”, aposta.

De acordo com a Contraf, a pesquisa revela também que as mulheres são discriminadas nos bancos. A média salarial das bancárias desligadas (R$ 3.759,23) é 24,5% inferior à dos bancários (R$ 4.978,38) que saíram. O salário médio delas, no ingresso, é R$ 2.322,88 e o dos homens, R$ 3.031,86 - uma diferença de 23,4%.Com informações da Agência Brasil.

Redação O POVO Online

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