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Novas regras do setor elétrico ameaçam investimentos

A tarifa proposta pelo governo para as concessionárias de energia é muito baixa, dizem especialistas. Empresas já acumulam perdas de R$ 19 bilhões em dois meses

07:01 | 06/11/2012
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As novas regras para o setor elétrico no país, que pretendem reduzir as tarifas ao consumidor e à indústria em 20%, em média, a partir de fevereiro, ameaçam os investimentos necessários para manter a capacidade de abastecimento do país. Para especialistas, a operação do sistema elétrico é cara e exige remuneração adequada.

Nesse cenário, as oito empresas de energia que fazem parte do Ibovespa, referência da Bolsa de Valores de São Paulo, já acumulam perdas de R$ 19,064 bilhões em pouco mais de dois meses. No ano, a perda chega a R$ 29,428 bilhões, segundo dados da Economatica.

As ações do setor despencaram na Bolsa, com a avaliação de que o valor das indenizações que estão para vencer e das novas tarifas é muito baixo e não é suficiente para garantir companhias rentáveis.

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A tentativa do governo de chegar a um custo menor de energia tem como objetivo reduzir o Custo Brasil e melhorar a competitividade das empresas brasileiras. Pela proposta, o governo pagará indenizações num total de mais de R$ 20 bilhões para geradoras e transmissoras de energia, cujos contratos venceriam até 2017, que renovarem seus contratos até 2042 cobrando tarifas menores.

O objetivo é reparar investimentos ainda não amortizados. As concessões de quem não aceitar as novas condições irão a leilão. O montante anunciado ficou muito abaixo do esperado pelas companhias.

A preocupação dos empresários do setor é que as tarifas propostas pelo governo não cobrem investimentos de manutenção. Segundo seu cálculo, o preço do megawatt/hora na Usina Hidrelétrica de Três Irmãos, por exemplo, será de R$ 3.

Eletrobras foi a maior queda do Ibovespa

O anúncio de que o governo federal vai pagar mais de R$ 20 bilhões à vista em indenizações ocorreu na quinta-feira à noite, depois do fechamento do mercado. Como a Bolsa estava fechada na sexta-feira por causa do feriado, só ontem as ações reagiram.

As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Eletrobras caíram 8,21%, a maior queda do Ibovespa. Já as preferenciais da Cesp recuaram 5,76%, enquanto as da Cemig perderam 2,85%. Transmissão Paulista PN, por sua vez, teve queda de 4,22%. O Ibovespa, por sua vez, caiu 0,30%, aos 58.209 pontos, enquanto o dólar subiu 0,19%, a R$ 2,035. As informações são do jornal O Globo.

Redação O POVO Online

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