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IBGE: 1,5% de empresas cria metade de vagas em 3 anos

13:44 | 14/11/2012
As empresas empreendedoras foram responsáveis pela criação de 50,3% dos novos postos de trabalho formais no Brasil no período de 2008 a 2010 em relação ao patamar de emprego de 2007, segundo dados das Estatísticas do Empreendedorismo 2010, divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, essas companhias totalizavam 32.863, ou seja, 1,5% de um total de 2,125 milhões de companhias com pelo menos um trabalhador assalariado.

"Apenas 1,5% das empresas ativas com algum funcionário assalariado geraram praticamente metade dos novos postos de trabalho. Isso significa que elas são muito importantes. É um conjunto que precisa ser estudado e acompanhado", afirmou Denise Guichard, técnica do Cadastro Central de Empresas do IBGE.

A pesquisa mostra que, dos 5,4 milhões de novos empregos criados no Brasil no período, 2,7 milhões estavam nas empresas de alto crescimento. Essas companhias são consideradas empreendedoras por terem aumentado o número de funcionários assalariados, em média, 20% ao ano em um período de três anos.

O estudo também separa apenas as empresas classificadas como de alto crescimento orgânico, as que registraram um aumento efetivo de pessoal ocupado através de contratações, e não por fusões ou incorporações.

"Se há fusão ou incorporação de companhia com adição de empregados, há crescimento, mas não é orgânico, porque a empresa não foi ao mercado fazer contratação de novos funcionários", explicou Cristiano Santos, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE.

Dentro das empresas de alto crescimento, a atividade que mais gerou vagas entre 2007 e 2010 foi a indústria de transformação, com 568,8 mil novos postos de trabalho. Em seguida, figuram no ranking de criação de vagas os segmentos de atividades administrativas e serviços complementares (553,7 mil), construção (551,0 mil), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (420,6 mil) e transporte, armazenagem e correio (204,1 mil).

Em 2010, as empresas de alto crescimento orgânico ocuparam 4,3 milhões de assalariados e pagaram R$ 67 bilhões em salários. Mas, se por um lado a geração de postos é maior nessas companhias, a qualidade do emprego ainda não é equivalente à da média geral das empresas.

"As empresas de alto crescimento pagam menos do que as empresas em geral", observou Claudia Meirelles, do Instituto Endeavor, que conduziu o estudo em parceria com o IBGE.

O salário médio pago aos trabalhadores de empresas empreendedoras foi de 2,4 salários mínimos, enquanto a média recebida pelos funcionários assalariados no geral das empresas ativas, com pelo menos um assalariado, foi de 2,9 salários mínimos. As companhias de alto crescimento também empregaram mais homens do que mulheres e menos pessoas com ensino superior, na comparação com as demais empresas.

"Os salários são menores, há menos mulheres e menos pessoas com nível superior", resumiu Claudia.

O valor adicionado médio das empresas empreendedoras somou R$ 6,5 milhões, 115,2% superior ao das empresas ativas com dez ou mais empregados (R$ 3,1 milhões). No entanto, a produtividade do trabalho média foi 25,5% menor.

A idade média das empresas de alto crescimento orgânico ficou em 13,6 anos em 2010. Cerca de 70% delas concentravam-se nas Regiões Sudeste e Sul. O Sudeste também detinha a maior fatia de empregados, com 52,9% do total. O Nordeste ocupava 19,7% do pessoal empregado, seguido pelo Sul, com 14,9%.

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