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Parcial de remessa de lucros já supera a de setembro

12:34 | 23/10/2012
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, apresentou os dados parciais até o dia 19 de outubro do setor externo. De acordo com ele, a rubrica remessa de lucros e dividendos de empresas apresenta saldo de US$ 1,456 bilhão. Apenas esse dado incompleto, disse, já é maior do que o saldo verificado no fechamento de setembro, de US$ 1,129 bilhão.

Maciel afirmou ainda que o déficit com viagens internacionais soma US$ 1,029 bilhão em outubro até dia 19. O número é a diferença entre despesas de brasileiros no exterior de US$ 1,4 bilhão e receitas de US$ 371 milhões obtidas com estrangeiros em viagem ao Brasil.

O chefe do BC salientou que os dados de outubro de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) já mostram um leve aquecimento da economia, conforme o BC vem dizendo que vai acontecer ao longo do segundo semestre deste ano. "O dado parcial de outubro já mostra isso um pouco, mas há uma defasagem", considerou. Para ele, o ingresso de IED este mês chegará a US$ 6 bilhões.

Maciel lembrou que a economia brasileira registrou uma moderação no segundo semestre de 2011 e continuou assim na primeira metade deste ano. "Na margem, os indicadores mostram crescimento mais robusto no segundo semestre deste ano", ressaltou.

O dado parcial de outubro, até o dia 19, revela um saldo negativo da conta de juros em US$ 621 milhões.

O investimento estrangeiro total em ações brasileiras, negociadas dentro e fora do País, soma US$ 919 milhões em outubro até dia 19. O resultado representa uma virada em relação à saída de US$ 1,227 bilhão registrada em todo o mês de setembro.

A parcial do mês atual mostra investimento externo de US$ 1,208 bilhão em ações negociadas no País até dia 19. Já as aplicações de estrangeiros em renda fixa no País somam US$ 516 milhões.

Maciel destacou ainda o valor significativo de investimentos externos em títulos brasileiros negociados fora do País por conta da emissão de títulos públicos (Global 2023) e de papéis privados. "Isso reflete condições favoráveis de mercado, com empresas alongando prazo e com taxas de juros mais favoráveis", disse o técnico do BC.

A taxa total de rolagem dos empréstimos externos até o dia 19 de outubro está em 370%, sendo 305% para papéis e 397% para empréstimos. "Mas os fluxos seguem relativamente baixos até o dia 19", observou. Segundo o chefe de departamento, a taxa de rolagem continua favorável.

"Em setembro, a taxa foi relativamente elevada, ainda que os fluxos tenham sido moderados tanto para papéis quanto para empréstimos e os dados para outubro seguem mostrando condição muito favorável para rolagem", considerou. Maciel admitiu que a projeção para os últimos quatro meses do ano, de 125%, é "conservadora". Mesmo assim, o BC não fará alteração da estimativa neste momento, de acordo com ele. A expectativa do BC leva em conta também uma taxa média de 140% no ano.

"O risco de erro é para cima, mas as taxas de rolagem estão em uma situação mais confortável", disse. Ele salientou que as empresas estão tendo acesso a mercados externos, com taxas de juros favoráveis e mais longas.

O fluxo cambial está positivo em US$ 1,585 bilhão no acumulado do mês até o dia 19. O valor é resultado do fluxo comercial negativo de US$ 633 milhões e do fluxo financeiro positivo de US$ 2,218 bilhões. No mesmo período, os bancos estava com posição comprada em US$ 1,817 bilhão, segundo o técnico do BC.

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