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Para FMI, investimentos levam China a pouso suave

19:16 | 08/10/2012
Os investimentos públicos adotados pelo governo de Pequim para aumentar o vigor do nível de atividade na China devem viabilizar um pouso suave da economia chinesa e também melhorar o ritmo de crescimento dos países mais pobres da Ásia, aponta o Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com o relatório semestral Perspectiva da Economia Mundial divulgado nesta segunda-feira, o esforço da China de elevar os gastos em obras de infraestrutura, junto com a política monetária acomodatícia do seu banco central, fará com que sua economia avance 7,8% neste ano e 8,2% e em 2013. As projeções, contudo, são menores do que as estimativas de alta do PIB de 8% e 8,4%, respectivamente realizadas pelo Fundo em julho. Mas esse resultado, contudo, será importante para acelerar o nível de atividade das nações do continente com menor renda, de uma expansão pouco inferior a 7% no primeiro semestre para uma marca de 7,25% na segunda metade deste ano.

De acordo com o FMI, a redução no ritmo da demanda agregada na China registrada no primeiro semestre estava relacionada diretamente com a crise da Europa, seu principal mercado exportador. Além disso, também foram relevantes fatores domésticos, como a adoção de medidas para reduzir o ímpeto do crédito, a fim de evitar o surgimento de uma bolha imobiliária. Como o governo chinês quer aumentar com moderação a Formação Bruta de Capital Fixo, o Fundo acredita que a política fiscal na China terá efeito neutro em 2012 e 2013. Além disso, o banco central do país reduziu a taxa básica de juros em 0,56 ponto porcentual desde meados de 2011, para o patamar atual de 6,0% ao ano.

O FMI defende que os grandes países emergentes façam mais esforços de contenção de despesas públicas para exigir menos recursos de seus respectivos Tesouros. No caso da China, o Fundo avalia que a abordagem deve ser um pouco mais flexível nessa direção. Isso deve ocorrer por dois motivos: "Primeiro, as autoridades estão tentando reequilibrar o crescimento econômico na direção do consumo, o que vai requerer programas sociais expansionistas", aponta a instituição. "Segundo, há menor espaço disponível para aumento do crédito devido à Grande Recessão", destacou o FMI, referindo-se ao longo período de profunda retração da economia mundial iniciado há cinco anos. O Fundo alerta, contudo, que a China também precisará reduzir seus gastos públicos no médio prazo.

Apoio fiscal

O Fundo aponta que a China vem registrando crescimento rápido do crédito, o que ajuda no consumo doméstico e mantém a moeda desvalorizada, elemento de apoio essencial para a política de exportações do país. Na avaliação do FMI, os esforços monetários podem dar lugar a medidas fiscais para apoiar a expansão do PIB, especialmente porque a inflação apresentou uma trajetória de desaceleração nos últimos trimestres.

O movimento de desinflação global, que cortou os preços de commodities neste ano, inclusive do petróleo, também está beneficiando a China. O FMI projetava em abril que o índice de preços ao consumidor subiria 3,3% neste ano, mas agora passou a estimar elevação de 3,0%. Para 2013, o Fundo manteve a previsão de alta de 3%.

Por outro lado, como a China está com dificuldades para crescer pouco acima de 8%, o FMI elevou a projeção da taxa de desemprego para este ano e o próximo, que era de 4% em ambos os casos, para 4,1% em 2012 e também em 2013.

Mas a desaceleração do nível de atividade global, especialmente da Europa, deve diminuir o superávit de transações correntes da China em 2013, segundo o FMI. A projeção deste saldo positivo das contas internacionais deve baixar de 2,6% para 2,5% do PIB. Para este ano, contudo, o FMI não alterou a projeção de um resultado favorável equivalente a 2,3% do produto interno bruto.

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