A inflação medida pelos índices gerais de preços (IGPs) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) tende a entrar em um ciclo de desaceleração, segundo o coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Salomão Quadros. Ele argumenta que não existem, neste fim de ano, fatores econômicos que motivem o avanço dos preços, como os choques de ofertas dos produtos agrícolas que marcaram o primeiro semestre de 2012.

A primeira prévia do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) já captou uma desaceleração da inflação, ficando em 0,31% no início deste mês, de 0,59% na primeira prévia de setembro. Esta foi a menor taxa registrada desde março deste ano, quando o índice ficou em 0,23%. Em outubro, a desaceleração foi motivada por um recuo dos preços dos produtos agrícolas no atacado. A taxa caiu 0,21%, principalmente, por causa da queda dos preços em soja (de 3,48% para -3,28%) e milho (de 1,62% para -3,71%), no período.

IPC.

A perda de ritmo da inflação dos alimentos no atacado, contudo, ainda não alcançou o varejo. A primeira prévia do IGP-M apontou uma aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,29% para 0,41%. Nos últimos 12 meses até o início de outubro, o índice do varejo está em 5,70%, acima do centro da meta do governo para o ano, de 4,5%. Mas, segundo Quadros, a tendência é de desaceleração também do IPC a partir de novembro.