A inflação na cidade de São Paulo deve fechar o mês de outubro com taxa de 0,60%, acima da marca de 0,55% apurada em setembro, na previsão da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A expectativa foi divulgada nesta quarta-feira pelo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Rafael Costa Lima, durante entrevista na sede da fundação para comentar o indicador do mês passado.

De acordo com Costa Lima, Alimentação e especialmente Habitação serão os principais grupos que pressionarão a inflação deste mês, o primeiro com alta de 1,51% ante 1,74% em setembro e o segundo com avanço de 0,54% ante 0,14% em igual período. "Alimentação ao longo do mês terá uma desaceleração muito suave, enquanto o grande salto virá com Habitação", comentou.

Segundo Costa Lima, o movimento de alta dos preços das carnes não dá sinal de alívio entre os alimentos. Pelo lado de Habitação, o IPC de outubro sentirá um efeito maior do reajuste na tarifa de água e esgoto na cidade de São Paulo e não terá mais a contribuição benigna que vinha aproveitando da conta de energia elétrica. Se confirmada a previsão da Fipe de 0,60% para outubro, a inflação acumulada em 12 meses passaria de 4,41% até setembro para um patamar entre 4,60% e 4,65%. Em outubro de 2011, o IPC ficou em 0,39%.

O coordenador do IPC manteve a projeção de 4,80% para taxa acumulada de 2012, mas já admite um viés de alta para esse número, "dependendo do que vier em outubro". "Estou preocupado com esta projeção. Se o governo realmente não renovar a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em novembro, teremos uma inflação bem salgada. E se a inflação de Alimentação se mantiver, podemos tranquilamente ultrapassar a taxa de 0,60% de novembro de 2011", disse, lembrando sobre redução do imposto dada ao setor automotivo, que tem prazo para terminar no final de outubro, e referindo-se também à inflação observada no penúltimo mês do ano passado na capital paulista. "Minha previsão de 4,80% está virando piso", finalizou.