Crise não permite redução da meta de inflação, diz BC
"Nós temos que ter a missão de tornar a inflação mais convergente com a dos nossos parceiros comerciais, pois isso, no médio e longo prazos, faria diferença. Contudo, no momento, nós temos que consolidar esse patamar", referindo-se à meta de inflação de 4,50% no Brasil. No ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a meta oficial, atingiu 6,5%, no teto da banda estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, a previsão é que chegará a 5,44%, segundo a pesquisa Focus.
"O mundo está vivendo um processo de grande injeção de liquidez, especialmente pelos principais bancos centrais", comentou Tombini, destacando que é preciso avaliar com cuidado se o forte aumento da base monetária dessas nações não provocará avanços expressivos dos índices de preços ao consumidor. "Temos que avaliar essa questão com cuidado".
O presidente do BC, no entanto, destacou que é positivo que muitas pessoas pensem que o Brasil deveria ter uma inflação menor do que a atual, embora ressalte que o padrão nacional é até superado por alguns países dos Brics. "É legítimo que haja essa cobrança, pois mobiliza a sociedade contra a inflação", destacou a encerrar sua participação em evento em São Paulo.