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Coppe inaugura primeira fábrica de polímeros nanos do Brasil

Projeto auxiliará no tratamento de esquistossomose e conta com recursos de R$ 11 milhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

16:41 | 26/10/2012
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 A pós-graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) inaugurou nesta sexta-feira, 26, a primeira fábrica de nanopolímeros do Brasil para aplicação nas áreas médica, biotecnológica e farmacêutica. As primeiras cápsulas vão armazenar o medicamento Praziquantel que trata a esquistossomose, doença que atinge 200 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, é endêmica e aflige 8 milhões de pessoas, sobretudo, crianças. Cada cápsula é mil vezes menor que um fio de cabelo.

A nova tecnologia vai permitir que o medicamento entre no organismo humano, transportado por uma cápsula que irá diminuir o tamanho do remédio e que será aberta apenas no local exato onde deve agir contra a doença. De acordo com o professor de engenharia química da Coppe e coordenador dos laboratórios e da fábrica, José Carlos Pinto, o aprisionamento evita que grande parte do remédio se perca no caminho, no estômago e no fígado, antes de atacar os parasitas. Com isso, os nanopolímeros vão diminuir o tamanho do remédio e a dosagem diária (que depende do peso do paciente).

“Com a pílula, o medicamento acaba sendo absorvido pelo organismo e uma parte se perde. Como as bolinhas protegem o produto que promove a cura da doença, você acaba podendo tomar doses menores e a eficiência é muito maior.”

O projeto conta com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com recursos de R$ 11 milhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Com uma área de 740 metros quadrados, a fábrica e mais seis laboratórios estão localizados no Laboratório de Engenharia de Polimerização da Coppe. A meta da fábrica é produzir 100 quilos de materiais micro e nanométricos diariamente.

A previsão é de que os testes em animais comecem no ano que vem e que, em 2014, o medicamento comece a ser testado em humanos. Ainda segundo José Carlos, a fábrica também poderá desenvolver produção de filtros solares avançados que hoje não são comercializados porque têm substâncias que afetam o mecanismo hormonal.


Futuramente, a fábrica também produzirá em escala industrial micropartículas de polímeros para tratamento de câncer, por meio da técnica da embolização, que entope os vasos sanguíneos que alimentam os tumores e mata o tecido doente.

 

Agência Brasil

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