Chegada da BMW no País acirra disputa pelo luxo
O presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, disse na segunda-feira (22) que a Audi pode retomar a parceria com a Volkswagen na fábrica do grupo na Grande Curitiba (PR), onde já produziu o Audi A3. "Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir 5 milhões de unidades ao ano, vamos ter de considerar uma nova fábrica", disse o executivo alemão.
A Mercedes-Benz, que produziu o Classe A em Juiz de Fora (MG), também pode voltar a ter fábrica local, não necessariamente em Minas. Uma possibilidade a ser avaliada é a de uma operação conjunta com a Nissan, sua parceira globalmente.
Potencial para o luxo
Na segunda-feira (22), a montadora alemã BMW confirmou que vai construir uma fábrica em Araquari, na região metropolitana de Joinville (SC), com o objetivo de triplicar as vendas de seus carros de luxo no mercado brasileiro nos próximos anos. De início, não há planos para exportar os veículos, mas a fábrica será instalada próxima a dois importantes portos da Região Sul.
Segundo o vice-presidente mundial da BMW, Ian Robertson, o mercado brasileiro tem potencial para absorver 30 mil veículos da marca no médio prazo, algo em torno de dois a três anos. "Vemos potencial para as vendas, à medida que o mercado se desenvolve para 30 mil unidades. É este o número que temos em mente na construção da fábrica", afirmou o executivo, após reunião com a presidente Dilma Rousseff.
Segundo Robertson, o potencial do mercado nacional se justifica pela pequena fatia ocupada por veículos de luxo hoje, em torno de 1% das vendas totais. Como exemplo, citou a Alemanha, onde 25% das compras dos consumidores são voltadas para o segmento de luxo.
Ao custo de R$ 528 milhões, a fábrica começará a ser construída no segundo trimestre de 2013 e deve produzir o primeiro BMW até o fim de 2014. Há previsão de 1.000 empregos diretos, que serão distribuídos entre trabalhadores alemães e brasileiros.
O investimento confirmado pela BMW é bem menor do que o anunciado pelo governo de Santa Catarina, no sábado, que chegou a falar em R$ 1 bilhão. O Estado abriu mão de impostos para atrair a montadora alemã, mas não divulgou o valor de sua renúncia fiscal. O anúncio da nova fábrica estava previsto inicialmente para o fim de 2011, mas foi adiado à espera do novo regime automotivo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.