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Asmussen sugere recompras voluntárias de bônus

17:06 | 12/10/2012
A zona do euro deveria considerar o uso de recompras voluntárias de bônus para reduzir o endividamento da Grécia, disse o membro da diretoria do Banco Central Europeu (BCE) Joerg Asmussen, segundo a edição de hoje do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. "Temos que pensar nas próximas semanas em soluções como uma recompra voluntária de dívida", afirmou Asmussen, de acordo com o jornal.

Sem citar diretamente Asmussen, o jornal explicou que os recursos do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) poderiam ser usados dessa forma para que o endividamento da Grécia fosse reduzido a um nível sustentável. O diário também citou uma autoridade do governo alemão, que classificou a ideia como não realista.

Desde o pedido de ajuda à zona do euro e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2010, a economia da Grécia vem encolhendo mais rapidamente do que o previsto, ao mesmo tempo em que o déficit fiscal encolhe mais lentamente. Mesmo após o perdão de parte significativa da dívida pelos credores privados, as projeções atuais indicam que a Grécia não tem condições de cumprir suas obrigações. Dessa forma, fica impossível para o FMI continuar financiando o programa de socorro ao país.

Nas últimas semanas, as discussões entre a Grécia e seus credores têm se concentrado em como colocar a dívida do país novamente em uma trajetória sustentável. O método proposto por Asmussen, aparentemente, gira em torno do uso de 50 bilhões de euros em recursos do ESM para comprar bônus que atualmente estão nas mãos do BCE e de alguns dos 17 bancos centrais do Eurosystem. Isso equivale a mais de 25% do produto interno bruto grego.

O BCE comprou esses bônus no mercado por um valor bem inferior ao de face, numa tentativa fracassada de manter as condições monetárias no país sob controle.

Em teoria, o ESM poderia emprestar os recursos para que a Grécia recompre esses bônus, que ainda têm um valor de face mais alto. Isso reduziria o estoque da dívida em circulação e, consequentemente, o porcentual da dívida em relação ao PIB.

Esse modelo de redução de dívida tinha sido sugerido em 2010, mas Jean-Claude Trichet, então presidente do BCE, recusou-se a aceitá-lo. Além disso, o tratado que regula o ESM não prevê esse tipo de uso para os recursos. As informações são da Dow Jones.

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