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Valia terceiriza 15% da gestão da carteira variável

12:17 | 27/09/2012
A Valia, fundo de previdência dos funcionários da Vale, terceirizou a gestão de 15% de sua carteira de renda variável - hoje de R$ 3 bilhões - para um grupo de oito gestoras independentes de recursos. A medida é uma resposta ao novo cenário de crescimento e juros baixos no Brasil, no qual os fundos de pensão terão de migrar de uma gestão passiva para uma gestão ativa e tomar mais risco se quiserem manter seus ganhos nos próximos anos.

"O que o fundo de pensão não pode fazer é subestimar os riscos dos novos produtos em que estará investindo. É essa inteligência que terá que ter e isso muda o orçamento", apontou Maurício da Rocha Wanderley, diretor de Investimentos e Finanças da Valia durante evento da Associação Brasileira das Entidades de Previdência Complementar (Abrapp), no Rio.

Segundo Wanderley, a Valia está mudando seu perfil para o de gestão ativa e acaba de selecionar os novos gestores após um processo que levou em conta a performance de fundos geridos pelas instituições e sua auditoria. Atualmente o fundo de pensão dos funcionários da Vale tem sob gestão R$ 15,6 bilhões, dos quais 23% em renda variável.

Nos últimos anos, essa carteira teve rendimento de cerca de 26% ao ano, um bom resultado, mas inferior ao desses gestores selecionados. Wanderley explica que a intenção não é aumentar o porcentual destinado à renda variável, mas melhorar a alocação desses recursos. O restante dos recursos da fundação está distribuído entre renda fixa (60%), imóveis (8%), investimentos estruturados (3%) e empréstimos a participantes (6%).

No caso da renda fixa, 90% dos recursos estão em títulos de longo prazo indexados à inflação, estratégia que tende a ser mantida. "Já vínhamos diversificando a carteira em busca de uma duration maior porque nosso cenário já era de queda de juros", diz Wanderley, destacando porém que pode haver um aumento da alocação para crédito privado.

Outro sinal dos tempos na Valia é que o fundo voltou a estudar a estruturação de uma área focada em investimentos no exterior. O embrião disso ocorreu em 2008 mas, na época, com os juros altos e a crise, acabou sendo abortado. O projeto para 2013 está em fase de estudos e de avaliação de diversas classes de ativos.

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