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Saldo do setor público cai pelo 5º mês seguido

09:33 | 01/09/2012
Os números das contas públicas para o mês de julho mostram que a economia brasileira ainda não apresenta sinais claros de recuperação no início do segundo semestre.

Influenciado pela queda das receitas da União, Estados e municípios, o superávit do setor público recuou pelo quinto mês consecutivo e apresentou o pior resultado em 20 meses.

Segundo o Banco Central, o setor público economizou R$ 5,6 bilhões para o pagamento de juros da dívida em julho, 60% a menos do que no mesmo período do ano passado, quando o governo recebeu receitas extraordinárias.

O resultado em 12 meses caiu para R$ 108 bilhões, bem abaixo da meta de R$ 138,9 bilhões para 2012 e o menor valor desde janeiro de 2011.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse esperar melhora nesse resultado ao longo do segundo semestre, diante da expectativa de aumento na arrecadação por causa da recuperação da atividade.

Preocupante

Para Felipe Salto, da consultoria Tendências, "o dado é preocupante" e indica que, provavelmente, o governo não cumprirá o objetivo fixado em lei para este ano. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), a meta para 2012 é de 3,1%. Salto projeta um resultado entre 2,7% a 2,8%.

Na última quarta-feira, ao divulgar os resultados do Tesouro Nacional, o secretário Arno Augustin afirmou que o resultado do governo federal estava dentro da previsão de cumprimento da meta, mas que é cedo para avaliar se os governos estaduais e municipais conseguirão cumprir sua parte.

De qualquer forma, o governo ainda tem na manga a possibilidade de usar os dividendos das estatais para reforçar o caixa.

O BC destacou ainda que houve queda nos juros pagos pelo setor público por causa do recuo da inflação e da taxa básica (Selic) e que esse movimento deve prosseguir ao longo dos próximos meses.

Apesar da queda no superávit que o setor público faz para pagar juros, a dívida recuou novamente na comparação com o PIB e atingiu em julho o menor porcentual da série histórica iniciada em dezembro de 2001 pelo BC.

A dívida recuou para 34,9% do PIB em julho, e a previsão da instituição é que tenha fechado agosto em 34,8%. O mínimo anterior havia sido atingido em maio deste ano (35% do PIB). Na comparação com dezembro do ano passado, a dívida líquida apresenta redução de 1,5 ponto porcentual do PIB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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