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Premiê do Japão promete acabar com deflação, diz WSJ

12:36 | 23/09/2012
O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, prometeu tirar o país da prolongada deflação em que se encontra dentro de um ano, comprometendo-se a intensificar os esforços com o Banco Central do Japão (BoJ) para atingir a meta de aumento de 1% nos preços. Os comentários de Noda, feitos depois de inesperadas medidas de estímulo anunciadas na semana passada pelo BoJ como resposta a uma deterioração maior da economia japonesa, podem aumentar a pressão sobre o banco para tomar novas medidas no futuro.

Em entrevista concedida ao jornal Wall Street Journal no sábado, Noda também alertou a China de que a sua reação à disputa pelo arquipélago Senkaku-Diaoyu - de protestos violentos a aparentes sanções informais às trocas comerciais - pode enfraquecer ainda mais a já fragilizada economia chinesa, afastando investidores estrangeiros. Os comentários mostram que o impasse entre os dois países pode levar a barreiras comerciais entre a segunda e a terceira maiores economias mundiais.

A respeito da deflação, Noda salientou que, na sua campanha de reeleição como chefe do partido governista, ele prometeu eliminá-la dentro de um ano. "Quero atingir essa meta a qualquer custo", destacou a autoridade. "Gostaríamos de reforçar as medidas para acabar com a deflação através da cooperação continuada. O governo e o BOJ compartilham esse interesse", afirmou o premiê, referindo-se à meta do Boj de inflação a 1% no Japão. O objetivo é considerado ambicioso, uma vez que o BoJ havia informado acreditar que um aumento de 1% nos preços poderá ser atingido só depois de abril de 2014.

Já com relação à disputa Japão-China, ele chamou a atenção para o efeito econômico das tensões diplomáticas entre os dois países. "A China deve desenvolver os vários investimentos estrangeiros que recebe", apontou. "Atrasos recentes nas alfândegas e na emissão de vistos são preocupantes", completou o primeiro-ministro, referindo-se a relatos de que companhias japonesas enfrentam uma espécie de perseguição econômica. "Prejudicar os nossos laços por conta dessas disputas seria ruim não apenas para as economias dos dois países, mas para a economia global", acrescentou.

Noda concedeu a entrevista antes da participação na Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa na segunda-feira, onde planeja abordar o tema da resolução de litígios internacionais. O premiê disse que não destacaria nenhum país pelo nome: "Eu não acho que é apropriado para um líder se estender e dar detalhes sobre questões individuais". As informações são da Dow Jones.

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