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Países discordam sobre data para supervisão na UE

18:27 | 15/09/2012
O plano europeu para a montagem de um supervisor único do sistema bancário da zona do euro encontrou um forte obstáculo neste sábado (15), com alguns países declarando que a data proposta para o lançamento dessa entidade, 1º de janeiro de 2013, é muito próxima para resolver questões importantes que foram levantadas pelos ministros de finanças. Pelo menos quatro ministros - da Alemanha, Suécia, Holanda e Dinamarca - se opuseram à criação do supervisor comum em janeiro do próximo ano, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto. França e Espanha apoiaram abertamente a rápida criação de um supervisor comum.

Também existem amplas dúvidas sobre outros aspectos do plano, como se o supervisor vigiará todos os bancos da zona do euro e também como garantirá que os bancos dos países europeus que não adotaram o euro como moeda serão supervisionados. A proposta de encarregar o Banco Central Europeu (BCE) de supervisionar mais de 6 mil bancos na zona do euro é o começo de um esforço para padronizar as regulamentações sob uma regra comum de uma "união banqueira" a qual os funcionários dos governos afirmam ser necessária para restaurar o euro, a moeda comum atingida pela crise.

Mas apenas alguns dias após a proposta ter sido publicada, emergiram os desacordos sobre a velocidade para ela ser implementada, bem como sobre o papel que o BCE terá nesse processo. A data para o começo da supervisão conjunta é crucial para a zona do euro. O ministro de Finanças da Suécia, Anders Borg, disse acreditar que exista "um grande número de países" que têm preocupações a respeito dos planos da União Europeia para supervisão comum dos bancos.

Mais cedo, o ministro de Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, disse que chegar a um acordo sobre uma nova supervisão é algo que "provavelmente levará um bom tempo". Ele disse que a data de janeiro é "muito ambiciosa" para ter um mecanismo em funcionamento.

Já o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse ter "consideráveis" objeções a ver o Conselho do BCE, cujo papel principal é fixar a taxa de juros, agir também como autoridade suprema na supervisão bancária europeia. Segundo ele, é preciso haver uma separação estrita nas questões de decisão monetária e supervisão dos bancos. "O BCE precisa estar fortemente envolvido" na supervisão aos bancos, disse Schaueble, mas a supervisão "não pode se envolver na política monetária e não pode afetar a independência do BCE".

Na sexta-feira, Schaueble disse não esperar que o fundo permanente de crédito da região esteja pronto para realizar capitalizações diretas até janeiro. Isso levou a uma objeção do ministro de Finanças da França, Pierre Moscovici, o qual afirmou que "não agir rapidamente seria um erro, dada a atual situação europeia". O ministro francês disse neste sábado ainda acreditar que o prazo para montar a supervisão conjunta, 31 de dezembro deste ano, será cumprido. "Não existe oposição entre nós. Um compromisso até 31 de dezembro parece algo totalmente razoável", afirmou.

As informações são da Dow Jones.

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