O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) irá acionar 1 mil megawatts-hora (MWh) por mês de energia térmica para complementar a geração hídrica e assim atingir, em novembro, o nível considerado satisfatório. A complementariedade é decorrente da estiagem que reduziu os reservatórios de hidrelétricas na região Nordeste do País, segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, que participou na manhã desta quinta-feira do evento Energy Summit.

Para ampliar a geração térmica, o ONS deverá acionar o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) do governo, já que a tarifa da energia térmica é mais cara do que a hídrica. Para isso, poderá ser convocada uma reunião extra.

Atualmente, o ONS já trabalha com a geração complementar térmica de 1,5 mil MWh/ mês, o que custou ao País R$ 85 milhões em 2012. "É pouco, se comparado aos R$ 2,3 bilhões gastos entre 2007 e 2008", disse Chipp. Ao todo, o consumo térmico complementar é de 9 mil MWh por mês.

Investimentos

O diretor-geral do ONS comentou ainda o pacote do governo de redução da tarifa de energia. Em sua opinião, a operação do sistema elétrico não será afetada. A única preocupação é quanto à capacidade de investimento do setor. "Se as medidas restringirem o investimento, preocupa não ter capacidade de geração e transmissão no futuro. Mas, na minha opinião, isso não vai acontecer. Não existem inconsequências nesse processo", afirmou.