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Investimento estrangeiro direto no Brasil soma US$ 5 bi

15:06 | 25/09/2012
O Brasil recebeu em agosto US$ 5,034 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED), já descontadas repatriações de capital aos países de origem, informou o Banco Central (BC) nesta terça-feira.

O resultado cobriu com folga o déficit de US$ 2,568 bilhões registrado pelo Brasil em suas transações correntes com o exterior no período. Com isso, o balanço de pagamentos externos do país foi superavitário em US$ 493 milhões no mês.

O saldo, embora positivo, é menor que o do mês anterior (US$ 609 milhões) e também que o de agosto de 2011 (US$ 5,486 bilhões). Mas, em um contexto de crise internacional e de crescimento da aversão de credores e investidores ao risco, a queda não surpreende.

Já a entrada de IED no mês passado é inferior ao montante registrado em agosto de 2011, quando ingressaram liquidamente US$ 5,596 bilhões. No entanto, o fluxo ficou acima da estimativa da autoridade monetária, que projetava o ingresso de US$ 4 bilhões.

O BC também aposta em um ingresso de investimentos estrangeiros diretos de US$ 4 bilhões em setembro, segundo o chefe do departamento econômico da instituição, Tulio Maciel. Até o dia 21, a entrada líquida foi de US$ 2,251 bilhões.

Junto com os dados do mês, o BC reduziu a projeção para o déficit em conta corrente no ano calendário de 2012 para US$ 53 bilhões, contra US$ 56 bilhões na estimativa anterior. A autoridade também revisou a projeção de ingresso de IED para o acumulado deste ano para US$ 60 bilhões, contra US$ 50 bilhões na estimativa anterior.

Se as projeções do BC se confirmarem, em 2012, o déficit em transações correntes será totalmente financiado pelo ingresso de IED. O presidente do BC, Alexandre Tombini, já tinha dito que os fluxos de investimento estrangeiro direto serão suficientes para cobrir o déficit em conta corrente este ano. Em 2011, o Brasil recebeu US$ 66,66 bilhões desses recursos.

Para o economista do BC, o Brasil se consolidou como receptor de IED pelo "diferencial da nossa economia em relação aos outros países”. “Temos recebido, mesmo numa conjuntura econômica internacional adversa, um fluxo robusto desses recursos, o que evidencia os nossos fundamentos macroeconômicos sólidos”, afirmou.

Investimentos diretos

Em 12 meses terminados em agosto, o fluxo líquido de IED chega a US$ 65,755 bilhões, o equivalente a 2,80% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo BC. Nos oito primeiros meses do ano, a entrada desse tipo de recurso já soma US$ 43,175 bilhões, ante US$ 44,080 bilhões registrados no mesmo período de 2011.

Em agosto, especificamente, a parcela de IED relativa à aquisição de participações diretas no capital de empresas alcançou US$ 2,977 bilhões, ante US$ 7,442 bilhões em julho e US$ 4,339 bilhões em agosto do ano passado.

Os ingressos líquidos de empréstimos feitos por empresas estrangeiras a filiais no país somaram, por sua vez, US$ 2,058 bilhões no mês passado. Houve avanço sobre o ingresso registrado no mesmo período de 2011, quando os créditos intercompanhias tiveram fluxo de US$ 1,257 bilhão. Em julho, essa parcela do IED ficou em US$ 980 milhões.

Investimentos em carteira

Ainda segundo os dados do BC, o fluxo de investimentos estrangeiros em carteira ficou positivo em US$ 2,141 bilhões em agosto. O resultado do mês foi favorecido pelas aplicações em ações de empresas brasileiras, que somaram US$ 1,226 bilhão. As aplicações em títulos de renda fixa geraram entrada líquida de US$ 915 milhões.

No acumulado do ano, a entrada de investimentos estrangeiros em carteira chega a US$ 11,318 bilhões, ante US$ 16,862 bilhões do mesmo período de 2011.

A autoridade monetária reduziu em US$ 1 bilhão a projeção de entrada de investimentos estrangeiros em ações neste ano para US$ 7 bilhões. As informações são do site Valor Econômico.
Redação O POVO Online

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