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Governo não conta com novo corte da Selic

Impacto da política monetária em queda da taxa no câmbio seria de pelo menos 5 centavos

15:29 | 06/09/2012
São poucos os que no governo avaliam que haveria espaço para o Banco Central promover mais um corte na taxa Selic na próxima reunião do Copom, nos dias 9 e 10 de outubro. O prognóstico dominante é o de que está encerrado o ciclo de queda da Selic. Em um ano ela caiu 5 pontos percentuais, de 12,5% para 7,5% ao ano. Agora, mais importante do que forçar uma nova baixa é consolidar os juros nesse patamar e preparar o sistema financeiro para o lançamento de novos produtos voltados para o desenvolvimento do mercado de capitais. O Ministério da Fazenda pretende, até o fim do ano, enviar ao Congresso medidas de estímulo fiscal para esse mercado.

Segundo estimativas de técnicos da área econômica, o impacto da queda da taxa básica de juros na desvalorização do real estaria entre 5 e 10 centavos. O restante da depreciação do real ocorrida de março para cá decorreu dos controles ao ingresso de moeda estrangeira, impostos pelo governo, e da decisão de não se aceitar uma apreciação excessiva do real frente ao dólar que comprometesse a solvência da indústria doméstica.

Mesmo a cotação atual, em torno de R$ 2,05, ainda é uma taxa de câmbio valorizada para padrões históricos. Ela está num patamar muito parecido com o de 2008. Não há, porém, intenção de provocar uma desvalorização mais acentuada para não comprometer a inflação.

Apesar da pressão da elevação dos preços das commodities agrícolas sobre os alimentos e os efeitos desses sobre o IPCA, os economistas do governo não enxergam grandes perigos para a inflação do ano que vem. Ao contrário, há quem considere até possível o surgimento de uma "janela" deflacionária, caso haja uma queda das commodities agrícolas e o governo não reajuste a gasolina. Isso se associaria à redução no preço do minério de ferro e ao corte da tarifa de energia elétrica que será anunciada hoje pela presidente.

O minério de ferro tem grande peso no índice de preços do atacado (IPA) e, portanto, no IGP-DI que corrigirá os aluguéis; e a queda de preço da energia elétrica poderá diminuir em pelo menos 0,3 ponto percentual o IPCA de 2013. Isso contando com uma redução de 10% na tarifa residencial. Esses dois fatores seriam suficientes para compensar as pressões dos preços dos grãos e, eventualmente, do petróleo, avaliam.

Os técnicos também citam o reajuste do salário mínimo, que, ao contrário deste ano, quando teve aumento de 14%, deve ser reajustado ao redor de 8%. As informações são do site Valor Econômico.
Redação O POVO Online

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