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Expansão menor derruba confiança na construção, diz FGV

13:01 | 05/09/2012
A piora no índice de confiança da construção se deve à percepção dos empresários de que o ritmo de crescimento do setor neste ano está inferior ao do ano passado. "Claramente a situação mudou e está mais difícil. Isso está evidente no nível de atividade menor do setor e se reflete na confiança dos empresários", afirmou nesta quarta-feira Ana Maria Castelo, coordenadora de estudos de construção da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com a FGV, o Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 9,8% no trimestre encerrado em agosto na comparação com igual período de 2011. A piora foi puxada pelo Índice da Situação Atual (ISA-CST), que recuou 11,8% na mesma base de comparação. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) recuou a uma taxa menor, de 8,1%.

Os segmentos que mais influenciaram a deterioração da confiança dos empresários na comparação anual foram: preparação de terreno (caindo de -5,4% para -5,8%), obras de acabamento (de -4,1% para -5,0%) e construção de edifícios e obras de engenharia civil (de -10,1% para -9,9%). Este último item inclui os segmentos de edificações (de -8,6% para -8,9%), obras viárias (-11,5% para -8,9%) e obras de arte, como pontes e viadutos (-9,8% para -13,0%).

Ana Maria destacou que a piora na preparação de terreno sinaliza que há menos obras sendo iniciadas, o que está relacionado ao menor nível de atividade da construção no País. "Por aí podemos ver que não haverá uma recuperação forte nos próximos dois ou três meses", disse. Por outro lado, a pesquisadora ressaltou que há perspectivas de melhoras entre o fim de 2012 e início de 2013, por conta dos investimentos anunciados pelo governo na área de infraestrutura, além dos ajustes no programa Minha Casa, Minha Vida. "O governo sinalizou que está preocupado em retomar os investimentos."

Emprego e dificuldades

A sondagem da FGV também mostrou que houve queda no total de empresários com planos de realizar contratações. "Com a atividade menor do setor, tem menos gente planejando contratar", apontou Ana Maria, lembrando que as últimas pesquisas do Sinduscon-SP já mostram queda no volume de contratações. "O setor ainda está contratando, mas num ritmo menor."

Em relação às limitações para expansão dos negócios, 33,4% dos empresários apontaram como principal fator a falta de mão de obra qualificada. Em seguida aparecem: competição no próprio setor (27,4%), demanda insuficiente (16,6%), custo da mão de obra (13,4%) e acesso ao crédito (7,4%). Ana Maria destacou o salto na questão da demanda insuficiente, que era de apenas 8,6% há um ano. "Essa demanda está relacionada às obras de infraestrutura, que nos primeiros meses do ano mostraram um ritmo menor que o esperado pelo setor", explicou.

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