Estímulo demais pode gerar inflação, diz Delfim
Para Delfim, "o problema de investimento é grave" e os números mostram que a FBCF apresentou quedas seguidas desde o primeiro trimestre de 2010. À época, acumulava alta de 30% sobre o trimestre anterior, mas recuou sucessivamente até o segundo trimestre de 2012, quando apontou queda de 3,7% ante os primeiros três meses deste ano.
Com as medidas do governo - principalmente as do pacote de infraestrutura com concessões de rodovias e ferrovias e a intenção de englobar também portos e aeroportos - o economista avaliou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve encerrar 2012 com alta anualizada de 4,1%, atingir um pico de alta de 5,6% no segundo trimestre de 2013 e encerrar 2013 em 4%. "E crescer 4% depois de 2013 é possível", afirmou.
Compulsório
O ex-ministro da Fazenda avaliou ainda que a redução nos depósitos compulsórios, anunciada sexta-feira (14) pelo governo, terá como efeito principal a transferência da redução dessa tributação para o custo do crédito. "Acho que os bancos não vão absorver essa redução na tributação como lucro porque a competição entre eles está muito forte. Vai ser transferido, mesmo que for uma redução infinitesimal dos spreads", disse Delfim.