O crescimento de 0,3% na produção industrial em julho ante junho, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi considerado "moderado" pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mostra a dificuldade do setor industrial de manter os níveis de 2011 da produção. Segundo o IBGE, na comparação com julho de 2011, a produção caiu 2,9%, a 11ª taxa negativa consecutiva, se comparados os mesmos meses de cada ano.

"O nível de produção está ainda bem inferior que o de um ano atrás e a possível retomada, se for consolidada, será em ritmo bem moderado,respondendo às medidas de estímulo, como a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados)", disse Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de política econômica da CNI. "Mas há uma trajetória de inflexão (na comparação mensal) e esperamos que o segundo semestre seja melhor, porque o primeiro foi ruim para indústria", completou.

Para Castelo Branco, o cenário de "acúmulo de medidas macroeconômicas" para a indústria, como a queda da Selic para 7,5% ao ano, o dólar em um novo patamar acima de R$ 2 e a desoneração da folha de pagamento para 17 setores "constroem um ambiente favorável" para um crescimento maior na produção. "Mas isso não é a solução; esperamos novas medidas, como a redução no preço da energia e outras na área tributária, como a reforma no PIS/Confins sinalizada pelo governo", concluiu.