PUBLICIDADE
Notícias

Título privado não cobre metas de fundos de pensão

Emissão de debêntures com retorno abaixo da exigência atuarial tem desafiado gestores. Algumas fundações já estão revendo política de aplicação

15:44 | 21/08/2012
A missão dos gestores de fundos de pensão de buscar aplicações que possibilitem superar a meta atuarial das fundações, na maior parte de 6% ao ano mais a variação da inflação, está cada vez mais difícil. Depois da queda das taxas das Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-B), que pagam hoje uma remuneração de até 5% mais a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o vencimento mais longo, em 2050, os fundos de pensão estão tendo dificuldade para bater a meta atuarial também nas aplicações em crédito privado, principalmente na alocação em debêntures.

Pelo menos três emissões de debêntures realizadas recentemente, por Lojas Renner, BR Properties e Companhia Energética do Maranhão (Cemar), vieram com remuneração abaixo da meta atuarial dos fundos de pensão. Esses papéis têm contado com grande demanda diante da tendência de queda da taxa Selic, o que contribui para pressionar os retornos dos papéis.

Nesse cenário, algumas fundações já estão revendo a política de aplicação em crédito privado enquanto a questão da redução da meta atuarial não está resolvida. É o caso da Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, que discute a revisão da meta de rentabilidade adotada para a carteira de crédito privado de 7,5% para 6,5% mais a variação da inflação, ainda acima da meta atuarial de 5,5% mais IPCA. "Está difícil achar emissões de empresas com bom nível de risco de crédito com essa taxa", diz Rodrigo Carvalho de Araújo, coordenador de operações estruturadas da Funcef.

A parcela em dívida privada representa menos de 2% da carteira de R$ 21 bilhões da fundação, alocada em debêntures, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Na Petros, fundo de pensão da Petrobras, que tem R$ 57 bilhões sob gestão, a parcela aplicada em dívida privada caiu de R$ 3,3 bilhões em 2009 para R$ 3,1 bilhões neste ano. Metade desses recursos está aplicada em Cédulas de Crédito Bancário (CCBs) e o restante em títulos com lastro imobiliário e FIDCs. "Em 2012 houve um recrudescimento de ofertas de boas operações, o que levou à estabilização da nossa carteira de crédito privado", diz Carlos Costa, diretor de investimento da Petros. As informações são do site Valor Econômico.
Redação O POVO Online

TAGS