Sondagem de serviços indica atividade moderada
"A sondagem de serviços sinaliza um quadro de atividade muito moderada. Considerando que já temos dois terços do trimestre apurado, interpretamos que o quadro de crescimento moderado também se projeta no terceiro trimestre", afirmou Sales, acrescentando que a melhora é esperada para o quarto trimestre do ano.
Em agosto, a variável que mais prejudicou a confiança do empresariado do setor de serviços foi a demanda. O índice de demanda atual caiu 2,9% na passagem do mês, na série com ajuste sazonal, chegando aos 131,2 pontos, o menor nível desde os 129,7 pontos de junho de 2009. No quesito sobre a situação atual dos negócios, houve recuo menor, de 1,5%.
A confiança caiu em quatro dos sete segmentos pesquisados pela FGV, com destaque para serviços em informação (-3,7%), serviços de transporte (-3,0%), serviços prestados às empresas (-2,8%) e atividades imobiliárias (-1,8%). Em contrapartida, cresceram os indicadores de serviços prestados às famílias (2,6%), outros serviços (1,8%) e serviços de manutenção e reparação (1,5%).
"Setores que atendem à demanda empresarial estão em queda. Porém, os que atendem na ponta mostraram crescimento. Estes últimos dependem da massa salarial, mas não são importantes para a geração de PIB (Produto Interno Bruto)", disse Sales. O segmento de alimentação, com alta da confiança de 7,3% de julho para agosto, é o que mais influenciou o resultado positivo dos serviços prestados às famílias em agosto.
Nos últimos meses, a confiança das indústrias está crescente, mas a dos serviços prestados às empresas continua em queda, destaca o economista da FGV. "Considerando a melhora das vendas no varejo, é de se esperar que os dados de julho e agosto do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a produção industrial mostrem reação e, com isso, a confiança do grupo de serviços prestados às empresas também seja contaminada positivamente nos próximos meses", projetou Sales.