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Queda de exportações prejudicou PIB, diz economista

10:05 | 31/08/2012
O desequilíbrio da balança comercial deu forte contribuição para o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, com alta de 0,4% na comparação com o primeiro trimestre, e a razão disso, segundo o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, foi a queda das exportações (-3,9% ante o primeiro trimestre), especialmente de itens manufaturados para a Argentina. "Esta questão vem sendo minimizada, mas agora ficou claro que está havendo um vazamento externo do PIB", diz Leal.

O economista chama atenção ainda para resultados "anêmicos" de outros componentes das contas nacionais, como a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), número que resulta de investimentos diretos e que caiu 0,7% ante o primeiro trimestre deste ano e recuou 3,7% ante igual trimestre de 2011. Na avaliação dele, o desempenho deixa evidente que a estratégia do governo de estimular o consumo para obter como consequência os investimentos por parte do setor produtivo não vem dando certo.

"Os programas de incentivo deram certo na conta de consumo das famílias, que mostra estabilidade em relação à taxa de crescimento anual, de 2,5%, mas a pergunta que se deve fazer é por que esse consumo não aumentou o apetite do setor privado por investimentos", diz. Após os dados divulgados nesta sexta-feira, Leal diz estar revisando sua projeção para o PIB deste ano de 1,6% para uma taxa entre 1,4% e 1,5%.

Sobre o desempenho das contas nacionais no terceiro trimestre, o economista está mantendo a previsão de expansão de 0,8% na comparação com o segundo trimestre. "Estamos vendo números mais auspiciosos, mas não vai ser nenhuma maravilha", diz.

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