Preços nos leilões terão trajetória de queda, prevê EPE
"Acredito que em novas usinas, em contratos de longo prazo, há possibilidade dos preços caírem. Mas nas operações de curto prazo, com maior sistema térmico e menores reservatórios, a tendência é de que flutuem cada vez mais", complementou Farias, ressaltando, porém, que o modelo brasileiro é fundamentado na assinatura de contratos de longo prazo.
A queda de preços, puxada sobretudo pelo custo competitivo dos parques eólicos, deve fazer com que a participação da energia a partir do vento cresça na matriz energética brasileira. Segundo dados apresentados por Farias, a participação da energia eólica na geração brasileira de energia subirá de 1% em 2011 para 4,9% em 2015 e 7,6% em 2020. A participação das fontes hídricas, por outro lado, cairá de 74,2% em 2011 para 65,5% em 2020.
A menor representatividade dos projetos de fonte hídrica foi a principal preocupação apresentada nesta terça, na abertura da VIII Conferência de Centrais Hidrelétricas, evento que ocorre em São Paulo entre hoje e amanhã. As fontes hídricas são importantes por complementarem projetos cuja geração é sazonal, caso dos parques eólicos e das usinas de biomassa.
Durante o evento, o superintendente de gestão e estudos hidroenergéticos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Odenir José dos Reis, afirmou que a agência tem planos de acelerar os trâmites para aprovação de novos projetos. A meta da Aneel é avaliar 100 estudos de inventário em 2012, ante 54 avaliações feitas no ano passado. Quando considerados os projetos básicos de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), a Aneel prevê a análise de 90 projetos, ante 44 projetos de 2011.
O prazo médio para obtenção de licença ambiental é de 4,5 anos, com mais e 25% dos projetos no aguardo da licença por mais de seis anos. Já o período entre a outorga e a entrada em operação comercial dos projetos leva em média sete anos, sendo que 88% dos projetos demoram mais de quatro anos.