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Preços nos leilões terão trajetória de queda, prevê EPE

16:46 | 21/08/2012
O diretor de estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda Farias, afirmou nesta terça-feira que os preços praticados nos próximos leilões de energia devem manter trajetória de queda. Essa situação teria origem principalmente em projetos eólicos, por conta de maior escala, e de térmicas operadas a partir de gás natural, por conta da maior oferta do insumo com a exploração do pré-sal.

"Acredito que em novas usinas, em contratos de longo prazo, há possibilidade dos preços caírem. Mas nas operações de curto prazo, com maior sistema térmico e menores reservatórios, a tendência é de que flutuem cada vez mais", complementou Farias, ressaltando, porém, que o modelo brasileiro é fundamentado na assinatura de contratos de longo prazo.

A queda de preços, puxada sobretudo pelo custo competitivo dos parques eólicos, deve fazer com que a participação da energia a partir do vento cresça na matriz energética brasileira. Segundo dados apresentados por Farias, a participação da energia eólica na geração brasileira de energia subirá de 1% em 2011 para 4,9% em 2015 e 7,6% em 2020. A participação das fontes hídricas, por outro lado, cairá de 74,2% em 2011 para 65,5% em 2020.

A menor representatividade dos projetos de fonte hídrica foi a principal preocupação apresentada nesta terça, na abertura da VIII Conferência de Centrais Hidrelétricas, evento que ocorre em São Paulo entre hoje e amanhã. As fontes hídricas são importantes por complementarem projetos cuja geração é sazonal, caso dos parques eólicos e das usinas de biomassa.

Durante o evento, o superintendente de gestão e estudos hidroenergéticos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Odenir José dos Reis, afirmou que a agência tem planos de acelerar os trâmites para aprovação de novos projetos. A meta da Aneel é avaliar 100 estudos de inventário em 2012, ante 54 avaliações feitas no ano passado. Quando considerados os projetos básicos de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), a Aneel prevê a análise de 90 projetos, ante 44 projetos de 2011.

O prazo médio para obtenção de licença ambiental é de 4,5 anos, com mais e 25% dos projetos no aguardo da licença por mais de seis anos. Já o período entre a outorga e a entrada em operação comercial dos projetos leva em média sete anos, sendo que 88% dos projetos demoram mais de quatro anos.

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