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Forte aumento nos estoques de suco

Demanda fraca e produção elevada amplia os estoques de suco de laranja brasileiro

15:13 | 29/08/2012
Em meio à claudicante demanda global e ainda à espera de que as medidas de apoio do governo federal façam efeito, as principais indústrias exportadoras de suco de laranja que atuam no país (Citrosuco /Citrovita, Cutrale e Louis Dreyfus Commodities) já se deparam com um de seus maiores níveis de estoques de todos os tempos.

Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que representa as três empresas, os estoques de suco de laranja brasileiro armazenados no país e no exterior somavam 662,5 mil toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) em 30 de junho. Auditado pela PwC, o volume é mais de três vezes superior ao do fim do primeiro semestre de 2011. Conforme a CitrusBR, equivale a R$ 3,1 bilhões, um salto de quase 300% na comparação, e é suficiente para 7,9 meses de vendas, o que representa um poderoso fator de pressão sobre a cadeia produtiva.


Do total armazenado, 311 mil toneladas foram acumuladas nos termos da Linha Especial de Crédito (LEC) criada pelo governo federal em 2011 com a finalidade de enxugar o mercado diante da safra recorde de laranja em São Paulo e no Triângulo Mineiro - onde as grandes indústrias, radicadas em São Paulo, também se abastecem de matéria-prima - na temporada passada (2011/12). Para evitar um tombo dos preços pagos pelas empresas a seus fornecedores, o governo fixou um preço mínimo de R$ 10 por caixa de 40,8 quilos da fruta que fosse ser usada para a fabricação do suco que seria estocado com os recursos da linha, que liberou R$ 320 milhões.

Segundo recente decisão do governo, que ainda precisa ser ratificada, a LEC foi prorrogada e o volume estocado com o financiamento permanecerá retido por mais dois anos, já que a produção de laranja é novamente grande nesta safra 2012/13, cuja colheita está em andamento. Conforme o Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria da Agricultura de São Paulo, que reúne o maior parque citrícola do mundo, serão 363,1 milhões de caixas, apenas 5,6% abaixo do recorde de 2011/12. Fontes ligadas às indústrias acreditam que adversidades climáticas poderão reduzir esse volume para 340 milhões de caixas, ainda assim muito acima da média. As informações são do site Valor Econômico.
Redação O POVO Online

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