Crise internacional durará muitos anos, diz Malan
Segundo o economista, o desenrolar da crise internacional também mostrou que os países emergentes não estão imunes e serão afetados. Além disso, o cenário envolve dois riscos para todos os países. O primeiro é mais cíclico, está relacionado ao processo de desalavancagem dos setores público e privado, será superado um dia e pode ser tratado ou mitigado com "políticas fiscal, monetária e creditícia".
O segundo, de longo prazo, é mais grave e estrutural, segundo Malan. "É o risco de essa crise afetar a própria taxa de crescimento do produto potencial", afirmou. "Esse segundo risco, de efeito sobre a taxa de crescimento sustentável no longo prazo, tanto no mundo desenvolvido quanto no em desenvolvimento, é muito maior, porque envolve questões mais estruturais", afirmou Malan.
Entre os desafios estruturais, o ex-ministro citou questões ligadas à produtividade, ao custo unitário do trabalho, à competitividade internacional, à tecnologia, ao capital físico e humano, aos marcos regulatórios, ao ambiente de negócios propício ao investimento privado e a um setor público minimamente eficiente.
O fato de a crise mais forte agora na Europa exigir, dos países europeus mais problemáticos, ação rápida nesses campos não tira a necessidade de os emergentes também atuarem. "É um desafio que se coloca com muita clareza para nós todos aqui, inclusive o Brasil", completou.