A Cetip não encara como uma grande preocupação o aumento de concorrência no mercado de ativos de renda fixa. "Isso é o que menos nos preocupa neste momento", afirmou o presidente da companhia, Luiz Fernando Fleury. Na semana passada, a BM&FBovespa informou ao mercado que pretende disponibilizar no segundo semestre deste ano as plataformas de balcão para registro de instrumentos de renda fixa, tais como Certificado de Depósito Bancário (CDBs), e de derivativos financeiros.

"Nossa preocupação é servir os clientes. Nós respeitamos a concorrência, até porque eles (BM&FBovespa) são muito maiores. Mas continuamos nos antecipando ao mercado e nossos preços são competitivos", disse em conversa com a imprensa, após participar do lançamento da nova plataforma de negociação de ativos de renda fixa da Cetip (CetipTrader).

O diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse, na semana passada, em teleconferência com a imprensa, que a bolsa não cogita utilizar como trunfo preços menores para ganhar mercado nos segmentos de renda fixa e derivativos, até então dominados pela Cetip.

Sobre o desenvolvimento do mercado de renda fixa, Fleury destacou que a nova plataforma da Cetip dá a estrutura necessária para que o segmento se desenvolva, mas que depende dos integrantes do setor para que deslanche. Segundo ele, a CetipTrader tem capacidade para suportar toda a possível demanda do mercado de dívida privada, não só os R$ 133 bilhões do Programa de Investimento em Logística, mas volumes maiores, como até R$ 1 trilhão.

Sobre a possibilidade de o mercado de dívida privada financiar os outros 20% do programa (os outros 80% serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fleury observou que a fonte local não é suficiente, necessitando de poupança externa. "São projetos de longa maturação que vão precisar de instrumentos de dívida e ações", acrescentou.