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Abimaq: pacote de concessões terá efeito no longo prazo

16:02 | 29/08/2012
O pacote de concessões, anunciado neste mês pela presidente Dilma Rousseff, não melhorou o humor dos empresários da indústria de máquinas e equipamentos. De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, os empresários e investidores sabem que, se o programa tiver efeito para a indústria nacional, o impacto virá apenas no longo prazo. "Nós precisamos de solução para amanhã e não para a década seguinte", afirmou Pastoriza, em entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira, na capital paulista.

Os problemas do pacote, explicou o vice-presidente da Abimaq, são dois: a demora para que seja concretizado o que foi anunciado e a possibilidade de que os equipamentos necessários para colocar em prática o plano de infraestrutura sejam importados. "Mesmo que haja maior demanda de equipamentos existe a forte possibilidade de que eles acabem ficando muito pouco com as empresas brasileiras, que geram emprego aqui", disse.

Essa possibilidade está relacionada com o que a Abimaq chama de "processo de desindustrialização", que apontaria para o uso excessivo de equipamentos importados por conta dos custos elevados da produção nacional. "É muito provável que, ainda que sejam montados no Brasil, esses equipamentos tenham conteúdo estrangeiro enorme." Por saberem desses obstáculos, os empresários e investidores do setor não se animaram com o pacote de concessões. "Eu diria que, se aumentou (a confiança), foi só marginalmente", diz Pastoriza.

Os dados divulgados nesta quarta pela Abimaq mostram que os importados representaram 59,5% do consumo aparente da indústria de máquinas e equipamentos no acumulado de 2012 até julho. A revenda de importados respondeu, no mesmo período, por 14,9%, enquanto o mercado interno ficou com 25,6%.

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