O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha, afirmou que há mais concentração nas operações de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em julho, sendo que uma dessas transações supera o valor de US$ 1 bilhão. A previsão para o mês é de que o IED chegue a US$ 7 bilhões. Em junho houve menos concentração, com muitas operações, e nenhuma superou esse patamar.

O BC informou ainda que o investimento brasileiro direto no exterior soma US$ 745 milhões em julho até dia 20. Em junho, ficou em US$ 1,117 bilhão. No acumulado do ano, houve desinvestimento (retorno de dólares) no valor de US$ 5,012 bilhões.

Os investimentos estrangeiros em renda fixa no País voltaram a cair em julho, na comparação com o mês anterior. Números parciais do Banco Central, até dia 20, registram entrada de US$ 100 milhões. Em junho, houve entrada de US$ 744 milhões. A maior parte desse dinheiro, segundo o BC, se refere à compra de debêntures de infraestrutura, operação que está isenta de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Rocha fez uma análise otimista do financiamento das contas externas brasileiras em 2012 e afirmou, inclusive, que o déficit em transações correntes do ano pode, eventualmente, ser financiado integralmente pelo investimento produtivo.

"Se olhar a trajetória recente e projetar a continuidade dos resultados do 1º semestre, o déficit do ano pode ser completamente financiado pelo IED", disse Rocha. Em junho, no primeiro semestre e nos últimos 12 meses, o ingresso de investimento produtivo superou o déficit em transações correntes.

O tom tranquilizador sobre a capacidade de financiamento das contas externas também passa pela lembrança de que, proporcionalmente, o déficit brasileiro é pequeno em relação a outros países. "Em relação ao PIB, o déficit alcança 2,2%, o que é um porcentual pequeno e tem tido uma trajetória estável nesse patamar", disse.