PUBLICIDADE
Notícias

Vendas devem se normalizar em 60 dias, diz Fenabrave

13:17 | 05/06/2012
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, disse nesta terça-feira que o pacote de incentivo ao setor anunciado pelo governo em maio, a redução de preços feita pelas montadoras e o aumento de crédito pelo bancos trouxeram "um impacto de 13% a 14% no financiamento de automóveis e comerciais leves". Segundo ele, os emplacamentos diários médios somaram 12.477 em maio, mas cresceram para entre 13 mil e 14 mil entre o fim do mês passado e o início de junho.

"Na última semana de maio (após o anúncio do pacote), as vendas aceleraram 25%", afirmou Meneghetti, em entrevista coletiva. De acordo com o executivo, os estoques na rede de concessionárias, mantido esse ritmo de comercialização, devem chegar aos níveis normais em 60 dias. O nível normal para uma concessionária é um estoque de 25 a 30 dias, mas chegou a 45 dias no período anterior ao pacote. "Apuramos com duas empresas e os estoques já caíram para 33 dias", disse.

De acordo com Meneghetti, os dados de emplacamentos da primeira quinzena de junho devem consolidar a recuperação das vendas. A Fenabrave espera ainda uma redução nos estoques de usados nas concessionárias em até 30 dias, pois ainda há uma indefinição em relação ao comportamento desse mercado após o pacote. Hoje há cerca de 300 mil veículos usados no estoque das concessionárias. "Se somarmos isso aos veículos de revendedoras independentes, é um estoque considerável", ressaltou.

Pela segunda vez neste ano a Fenabrave revisou sua estimativa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012. Após iniciar o ano com uma previsão de 3,5% para, posteriormente, reduzir a previsão a 3%, a Federação fala, agora, em 2,5%. "Neste momento, em cima do trimestre encerrado em março, reavaliamos para 2,5%", disse Meneghetti. "Toda vez que o PIB cresce 3% ou menos, o setor anda de lado". Completou.

Meneghetti, no entanto, elogiou as medidas já tomadas pelo governo para incentivar a compra de veículos e lembrou que a presidente Dilma Rousseff cobrou novas ações econômicas em encontros realizados na segunda-feira com ministros. "O que anima é que o governo está atento e é parceiro da indústria", afirmou.

Segundo o executivo, a aprovação de crédito para o financiamento de automóveis e comerciais leves novos cresceu após as medidas de incentivo baixadas pelo governo. Segundo Meneghetti, antes das medidas, entre 30% e 35% dos pedidos de financiamento eram aprovados. Agora, a média está entre 45% e 55%. No entanto, segundo ele, a aprovação de crédito para o financiamento de motos "segue sofrível" e fica entre 10% e 15% do total de pedidos.

O presidente da Fenabrave comemorou o anúncio do aumento de impostos sobre motos importadas anunciado pelo governo na semana passada, medida que deve atingir principalmente os modelos abaixo de 50 cilindradas importadas da China. "Esses modelos são uma concorrência desleal para as nacionais", criticou.

Em relação a caminhões, a Fenabrave avalia que crédito não falta, mas as vendas patinam, principalmente devido ao cenário de estagnação da economia e à mudança dos padrões e de emissões de poluentes de Euro 3 para Euro 5, entre 2011 e 2012, que encareceram esses veículos.

TAGS