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Para analistas, IGP-DI de junho deve desacelerar

11:13 | 28/06/2012
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), o próximo IGP de junho, a ser divulgado na semana que vem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), também deve desacelerar, segundo economistas do mercado financeiro. Nesta quinta-feira, a FGV informou que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de junho ficou em 0,66%, ante 1,02% em maio. O resultado veio exatamente no teto das estimativas coletadas pelo AE Projeções, cuja mínima era de 0,50% e a mediana, de 0,58%. Em maio, o IGP-DI mostrou alta de 0,91%.

Na opinião do economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal, o IGP-DI será influenciado por um Índice de Preços ao Consumidor (IPC) com tendência de desaceleração e um Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) mais salgado. "De modo que poderemos ter um número acima de 0,70%. Olhando para frente, as perspectivas são de mais pressão, uma vez que o aumento dos preços dos combustíveis, se não tem impacto sobre o consumidor final (IPC), pesa no preço da refinaria, leia-se IPA. Com isso, os IGPs poderão voltar a níveis acima de 1,00% em julho", disse, esclarecendo, no entanto, que o IGP-DI deve vir abaixo da taxa anterior.

Souza Leal observa que, apesar do arrefecimento na taxa de inflação medida pelo IGP-M de junho, a variação acumulada em 12 meses até junho manteve sua tendência de aceleração (de 4,26% para 5,14%). "O IGP-M de junho mostrou uma grande desaceleração com relação ao 1,02% de maio, mas ficou bem acima da deflação de 0,18% apresentada no mesmo mês de 2011. Com isso, o acumulado em 12 meses manteve a sua tendência de aceleração e atingiu o nível mais alto desde novembro do ano passado", disse, em análise feita na manhã desta quinta-feira sobre o tema e enviada à imprensa e a clientes.

Na LCA Consultores, que esperava variação de 0,59% no IGP-M de junho, a expectativa é que o IGP-DI fique ao redor de 0,56% neste mês, menor do que a taxa de 0,91% de maio. Em relatório, a instituição prevê relevante aceleração do IPA Agropecuário, com base na expectativa de alguma retomada da soja, de novo aumento nos preços de ovos e aves, e também por causa de perda de ímpeto deflacionário de milho e uva. Vale ressaltar que a soja, um dos itens que têm subido com força no IPA, diminuiu a alta dentro do IGP-M - passou de 10,05% em maio para 4,30% em junho.

"Contrabalançando este movimento, o IPA Industrial poderá mostrar nova perda de fôlego em Produtos Alimentícios e Bebidas, a saída de cena da alta de produtos do fumo e nova intensificação da deflação em veículos automotores, reboques, carrocerias e autopeças", avaliaram em relatório enviado à imprensa.

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