Grécia decide nas urnas se rompe com austeridade
Um mês e 11 dias depois da primeira eleição ao Parlamento, que resultou em um impasse polÃtico sem precedentes no paÃs, a Grécia volta à s urnas. Embora quase uma dezena de candidatos esteja na briga, os gregos arbitrarão um duelo para decidir quem vai dirigir o novo governo: se Samaras, que tem o apoio dos investidores externos e de lÃderes europeus, ou Tsipras, o homem que contesta as polÃticas de austeridade.
Todas as atenções se voltam para o programa radical do lÃder de esquerda. Isso porque seu programa se baseia em medidas que assustam a Europa: declarar nulo - ou pelo menos renegociar - o último programa de socorro de 130 bilhões, concedido pela União Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI); acabar com as demissões no setor público; anular a medida que reduziu o salário mÃnimo de 700 para 480; restabelecer os direitos trabalhistas extintos com as medidas de austeridade; e anular as dÃvidas de famÃlias em risco de falência.
Nos últimos dois meses, lÃderes europeus como Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e o presidente da França, François Hollande, advertiram que, caso essas decisões sejam adotadas, a Grécia pode ser expulsa da zona do euro. Essa perspectiva apavora os mercados na Europa, porque geraria um calote de pagamentos histórico, superior a Â? 200 bilhões, e arrasaria o sistema financeiro do paÃs. Assim, contagiaria bancos de todo o bloco, em especial de França e Alemanha, que juntos têm 57,8 bilhões em tÃtulos da dÃvida grega.
O eventual rompimento do acordo colocaria a União Europeia frente à decisão de manter ou desligar os aparelhos que unem a Grécia à zona do euro. LÃderes de paÃses como Alemanha, Holanda e Ãustria já defenderam essa solução. O problema é que ninguém sabe o custo dessa iniciativa, que alguns analistas de mercado estimam em mais de 1 trilhão - ou quatro vezes o valor total da dÃvida grega.
Tsipras aposta que a Europa não vai cumprir a promessa por medo do contágio da crise por paÃses como Portugal e Espanha. "Não apostem que a Grécia deixará a zona do euro. Vocês vão perder", disse ele, em discurso no qual se dirigiu aos investidores internacionais, na quinta-feira. Na sexta, Samaras, seu adversário, advertiu para o pior: "Ã? a escolha entre o euro e o pesadelo do dracma. Ã? a nossa existência como nação que está em jogo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.