Fipe deve revisar projeção do IPC para abaixo de 5%
De acordo com Costa Lima, algumas incertezas presentes no cenário ainda recomendam cautela para uma revisão imediata da previsão. "O PIB do segundo trimestre vai sinalizar melhor o cenário. A incerteza é se o padrão sazonal vai prevalecer quando chegar setembro, outubro", comentou, lembrando que no início deste ano, por exemplo, a inflação destoou do que tradicionalmente ocorre entre janeiro e fevereiro, quando, em razão do período de chuvas, os preços dos alimentos avançam refletindo problemas de oferta. "Todo mundo errou. Ninguém esperava um começo de ano tão bom", disse.
Nos últimos 12 meses até maio, a inflação medida pelo IPC está acumulada em 4,19%, ante 4,15% até abril. Na avaliação do coordenador, a taxa em 12 meses deve continuar acelerando em junho, se confirmada sua estimativa de 0,25% para o IPC deste mês, e chegar a 4,44%. Em junho de 2011, o IPC havia sido bem diferente, mostrando inflação praticamente zerada (+0,01%). "A diferença é Alimentação", apontou. A alta dos preços de alimentos, principalmente in natura (3,64%), é atípica para esta época, acrescentou. Na primeira quadrissemana de junho, o grupo Alimentação dentro do IPC subiu 0,95%.
Costa Lima considera boas as chances de a inflação fechar o ano perto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sobretudo em razão do desempenho fraco da economia mundial. "Enquanto o mundo estiver patinando, a inflação não vai acelerar", afirmou.