Não há mais tempo hábil para o projeto proposto no lote F do leilão de transmissão realizado nesta quarta-feira na BM&FBovespa, em São Paulo. A informação foi dada por Jurandir Amorim Nascimento, superintendente de concessões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O lote, composto por uma linha de transmissão de 78 quilômetros entre Itabirito 2 e Vespasiano 2 em Minas Gerais, foi ofertado nesta manhã, mas não houve interessados. O projeto já havia sido ofertado em leilão realizado em abril, também sem sucesso. Depois disso, a Aneel revisou a Receita Máxima Permitida, com leve elevação.

A linha, que garantiria uma Receita Anual Permitida (RAP) de até R$ 9,135 milhões, tinha como objetivo evitar sobrecarga em circuitos da rede de distribuição e transmissão e eventuais cortes de carga em situações de emergência na região metropolitana de Belo Horizonte, e estava planejado tendo em vista a Copa do Mundo de 2014. Suas obras deveriam ser feitas em 22 meses.

"Agora não temos mais prazo, por isso trouxemos ele de novo. Agora para o atendimento da região metropolitana de Belo Horizonte, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vai ter que pensar como suprir a ausência desta linha", disse. Segundo ele, algumas ações corretivas deverão ser trabalhadas porque não há mais tempo hábil para a licitação e construção da linha. "Mas isso não prejudica o atendimento lá, é uma questão de confiabilidade, para o caso de falhas", acrescentou.

De acordo com Nascimento, a falta de interesse no empreendimento pode estar relacionada a questões fundiárias e ambientais, uma vez que a linha deve passar em área de mineradoras e de preservação ambiental. "Provavelmente, o prazo de realização das obras seja insuficiente para vencer as questões para passagem da linha, apesar de ser uma linha curta, que seria possível construir em um ano", comentou, sugerindo que as negociações ambientais e fundiárias podem levar entre 24 e 30 meses.