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Selic menor não afeta inflação no curto prazo, vê Ipea

16:00 | 16/05/2012
O atual movimento de redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central não deve gerar pressão inflacionária no curto prazo, avalia o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um estudo que será divulgado na quinta-feira pela instituição em Brasília sustenta que, em momentos de desaceleração da economia, a queda dos juros não gera impactos imediatos na inflação.

"O momento de fazer cair a taxa de juros é o momento de desaceleração (do crescimento da economia)", disse a diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Vanessa Petrelli, durante entrevista à imprensa para divulgação da Carta de Conjuntura de maio, na sede do instituto no Rio. Segundo ela, em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os impactos de juros mais baixos também seriam menos significativos.

O Ipea estima para 2012 uma taxa de inflação entre 4,3% e 5,3%, com o IPCA (indicador da inflação oficial) convergindo para o centro da meta, de 4,5%. A principal contribuição para isso vem da redução das cotações do etanol e das commodities não energéticas, como alimentos, insumos industriais e matérias-primas brutas da agricultura.

Além disso, com a estagnação da produção industrial nos últimos anos, a ociosidade de parte da capacidade minimizaria os riscos de pressão de preços em um momento de retomada do ritmo de crescimento.

Embora avalie como positivos o atual ciclo de queda da Selic e as ações do governo para reduzir as expectativas futuras de juros, como as mudanças feitas na poupança, o coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea, Roberto Messemberg, descrê que sejam suficientes para que a economia brasileira deixe de dar "voos de galinha".

Ele afirma que o governo deveria aumentar seus gastos com investimento e induzir o investimento privado, por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs), concessões e privatizações.

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