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Petróleo e dólar pesaram na 2ª prévia do IPA-M, diz FGV

12:44 | 21/05/2012
A segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de maio apontou contribuições de repasses dos preços do petróleo e da valorização do dólar ante o real como fatores de pressão sobre o índice, segundo informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta segunda-feira. A soja foi a grande influência para o aumento na inflação do atacado (IPA-M), mas outros itens também começaram a subir, disse Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

"Há outros fatores de alta, principalmente na indústria química, que passou de uma taxa de inflação de 1,17% na segunda prévia de abril para 2,71% na segunda prévia de maio", citou Quadros. "Isso tem um pouco do dólar, mas tem também um pouco do repasse dos preços do petróleo."

O coordenador do Ibre explicou que, nas últimas duas semanas, a instabilidade no cenário internacional derrubou os preços do petróleo, das commodities e as bolsas ao redor do mundo. "Mas o que o índice está captando é essa subida do petróleo no primeiro trimestre, sobretudo na petroquímica e em alguns derivados, como querosene de aviação", contou o pesquisador.

O impacto do dólar ainda não é o principal motivo para a alta de preços na prévia de maio, mas deve influenciar mais as próximas leituras do indicador. "A tendência da soja é aliviar um pouco, das commodities, também. Em sentido contrário, talvez a gente tenha um pouco mais de repasse dessa alta do dólar", previu Quadros.

O câmbio acaba afetando os preços das próprias commodities, como soja, celulose e minério de ferro. O minério de ferro subiu de 0,66% na segunda prévia de abril para 2,87% na segunda prévia de maio. Já a celulose passou de uma queda de 2,20% para um avanço de 4,86% no período, o que levou os preços do grupo celulose, papel e produtos de papel aumentar a alta de 0,75% para 1,42%.

"O minério de ferro é cotado em dólar. Embora você tenha fornecimento para o mercado interno, de tempos em tempos a conta é refeita. Então é efeito do câmbio, porque o preço não está subindo. A China não está comprando, não aumentou a demanda. Os produtos de papel também estão subindo por causa do câmbio. O que aumentou foi a celulose", ressaltou Quadros. "Daqui em diante, a componente cambial vai se tornar mais importante", afirmou

Na segunda prévia de maio, a inflação na indústria da transformação também acelerou, para 1,27%, após um resultado de 0,69% na segunda prévia de abril. "Tem (influência de) derivados de soja, de petróleo e produtos de metal", citou o economista.

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