Petróleo e dólar pesaram na 2ª prévia do IPA-M, diz FGV
"Há outros fatores de alta, principalmente na indústria química, que passou de uma taxa de inflação de 1,17% na segunda prévia de abril para 2,71% na segunda prévia de maio", citou Quadros. "Isso tem um pouco do dólar, mas tem também um pouco do repasse dos preços do petróleo."
O coordenador do Ibre explicou que, nas últimas duas semanas, a instabilidade no cenário internacional derrubou os preços do petróleo, das commodities e as bolsas ao redor do mundo. "Mas o que o índice está captando é essa subida do petróleo no primeiro trimestre, sobretudo na petroquímica e em alguns derivados, como querosene de aviação", contou o pesquisador.
O impacto do dólar ainda não é o principal motivo para a alta de preços na prévia de maio, mas deve influenciar mais as próximas leituras do indicador. "A tendência da soja é aliviar um pouco, das commodities, também. Em sentido contrário, talvez a gente tenha um pouco mais de repasse dessa alta do dólar", previu Quadros.
O câmbio acaba afetando os preços das próprias commodities, como soja, celulose e minério de ferro. O minério de ferro subiu de 0,66% na segunda prévia de abril para 2,87% na segunda prévia de maio. Já a celulose passou de uma queda de 2,20% para um avanço de 4,86% no período, o que levou os preços do grupo celulose, papel e produtos de papel aumentar a alta de 0,75% para 1,42%.
"O minério de ferro é cotado em dólar. Embora você tenha fornecimento para o mercado interno, de tempos em tempos a conta é refeita. Então é efeito do câmbio, porque o preço não está subindo. A China não está comprando, não aumentou a demanda. Os produtos de papel também estão subindo por causa do câmbio. O que aumentou foi a celulose", ressaltou Quadros. "Daqui em diante, a componente cambial vai se tornar mais importante", afirmou
Na segunda prévia de maio, a inflação na indústria da transformação também acelerou, para 1,27%, após um resultado de 0,69% na segunda prévia de abril. "Tem (influência de) derivados de soja, de petróleo e produtos de metal", citou o economista.