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Governo deveria desonerar construção civil, diz Jorge

22:00 | 23/05/2012
Para o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e sócio da Barral MJorge Consultores Associados, Miguel Jorge, o próximo passo que o governo deveria tomar no sentido de estimular o consumo para impulsionar o crescimento do País neste ano seria a desoneração do setor de construção civil.

Para ele, as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na última segunda-feira devem ser sucedidas por outras, que beneficiem mais setores. "Mas é necessário acelerar mais o processo", alertou. "Desta forma, o governo mostraria para os empresários que ele está disposto a agir", completou.

Segundo Jorge, como em 2008, época em que esteve à frente da pasta de Desenvolvimento, foi anunciado um pacote de medidas que incluía, além da indústria automobilística, incentivos para consumo de produtos da linha branca e materiais de construção, neste momento se cria uma expectativa de que mais está por vir.

Conforme o ex-ministro, se o governo atuar no segmento de construção poderá atingir mais gente, já que muitos brasileiros realizam constantemente pequenas reformas em suas casas, de forma que o efeito não seria restrito apenas às construtoras.

Na segunda-feira, após o fechamento do mercado, Mantega anunciou um pacote de R$ 2,7 bilhões para estimular o consumo, por meio do corte de impostos na linha de produção de carros e no financiamento (IOF e IPI). Além disso, foi fechado um acordo para que os bancos reduzam o valor da entrada na aquisição dos automóveis, alongando os prazos e cortando os juros do empréstimo. Em troca, serão liberados recursos que hoje as instituições financeiras têm de manter depositados no BC, os chamados compulsórios bancários.

Para Miguel Jorge, os incentivos para compra de automóveis são importantes pois têm um "efeito emocional" no consumo, mas destacou que o setor automobilístico é mais sensível ao endividamento das famílias.

"Quando vão comprar um carro, as pessoas pensam no valor da parcela, mas se esquecem de outros custos, como IPVA, seguro. O que causa a inadimplência são justamente esses custos", observou.

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