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Governo deve baixar taxa de juros para 8,5%

A expectativa é de que a taxa caia dos atuais 9% para 8,5% ao ano na reunião do Copom desta quarta-feira, 30. O objetivo é impulsionar o crescimento econômico do País no período de crise econômica mundial

12:16 | 30/05/2012

A sétima redução consecutiva da taxa básica de juros (Selic) deverá ser confirmada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) do Brasil, que termina na noite desta quarta-feira, 30. A expectativa é de que a taxa caia dos atuais 9% para 8,5% ao ano com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico do País no período de crise econômica mundial.  A taxa deve fechar o ano em torno de 8%.

“Será uma surpresa se não baixar para 8,5%”, analisou o economista e professor de economia da Universidade de Fortaleza (Unifor), Henrique Marinho. Segundo ele, há uma sinalização do governo de que há a necessidade de se adequar ao cenário internacional, impulsionando o crescimento do mercado interno. Marinho explicou que não há porque o mercado temer inflação porque há um acompanhamento da meta.

A Selic tem caído gradativamente em todas as reuniões do Copom, de agosto do ano passada para cá. A maioria dos analistas financeiros aposta em mais uma queda, de meio ponto percentual, a ser anunciada na noite desta quarta-feira, 30, quando terminar a segunda parte da reunião, que ocorre sempre em dois dias, com intervalo médio de 45 dias.

Essa é a expectativa da maioria dos analistas consultados pela última pesquisa Focus do BC, divulgada na segunda-feira, 28. O professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Rogério Mori, disse acreditar que além de a taxa cair para 8,5% nesta quarta-feira, “podem ser esperadas mais reduções” nas próximas reuniões do Copom.

A graduação da Selic é usada sempre sob a justificativa de controle da inflação. Mesmo com a projeção de inflação deste ano acima da meta de 4,5% (o boletim Focus aponta 5,17%), o professor da FGV destaca que o governo parece disposto a assimilar uma inflação acima da meta para evitar que a economia brasileira fique mais desaquecida.

Poupança deverá render menos
Segundo Marinho, o único empecilho para uma queda mais expressiva da Selic era o rendimento da poupança, mas esta questão já foi resolvida com as mudanças na regra da aplicação.

A poupança deverá render menos quando a Selic cair a 8,5%. Segundo as regras do governo federal, quando a taxa básica estiver a 8,5% ou menor, a poupança renderá 70% da Selic mais taxa referencial (TR). Pela regra atual, há remuneração de 0,50 por cento ao mês mais a TR.

“A poupança vai render um pouco menos, mas todas as aplicações também vão render menos”, destacou lembrando que a vantagem será que a aplicação não tem imposto de renda retido na fonte.

Ele disse ainda que a inflação e os juros mais baixos são sempre uma vantagem. “Quando a taxa de juros baixa e a inflação baixa, todos ganham. O importante não é o rendimento em si, mas é o rendimento real acima da inflação”, detalhou.

O professor destacou ainda que anualmente o rendimento da poupança é de 6,17% %2b TR ao ano em média, podendo chegar a 6,5%, 7%. Esse é o rendimento com a Selic em 9%. Quando ela chegar a 8,5%, renderá 70% da Selic além da TR com a vantagem de não recolher IR.

Com agência Brasil

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