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Fiesp prevê queda no nível de emprego paulista em 2012

14:22 | 15/05/2012
O diretor adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Walter Sacca, disse nesta terça-feira que "é muito provável" que o emprego industrial paulista feche o ano de 2012 com mais demissões do que contratações. Já no mês que vem, segundo o empresário, o índice de emprego acumulado de 12 meses, que hoje está com alta de 0,16%, deverá cair para 0%.

Para Sacca, é necessário esperar os efeitos das medidas de desoneração da folha de pagamentos, anunciadas pelo governo em abril, a queda da taxa básica de juros e a apreciação do câmbio, o que deve acontecer, segundo ele, a partir de outubro. "Economia não é borboleta que sai voando, e sim um elefante, que vai bem devagar", disse após o anúncio do nível de emprego na indústria paulista na sede da Fiesp.

Por causa da demora para que essas mudanças cheguem à economia, o diretor espera um crescimento mais acelerado do País só em 2013. E apesar dos dados negativos do emprego industrial de São Paulo e resultados negativos na produção da indústria em todo o País, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fiesp mantém suas previsões de crescimento econômico do Brasil entre 2,6% e 2,8%.

Juros e câmbio

Walter Sacca disse que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 29 e 30 de maio, o Banco Central (BC) deverá cortar a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual. Segundo ele, a previsão é baseada nas declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, da presidente Dilma Rousseff, e do ministro Guido Mantega e também por acreditar que ainda existe espaço para reduções sem pressionar a inflação. "Existe um ambiente a favor da queda dos juros em razão da demanda baixa do exterior". Sobre o dólar, Sacca disse não saber se o câmbio se encontra hoje em uma situação de equilíbrio, mas afirmou "que está muito menos ruim do que era há alguns meses".

Setores

A indústria paulista de fabricação de coque, de produção de derivados do petróleo e de biocombustíveis foi o setor que apresentou o maior crescimento (8,3%) no nível de emprego em abril na comparação com março, informou nesta terça-feira a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sobre abril de 2011, o crescimento foi de 17,6%. Em números absolutos, porém, o setor ficou atrás da indústria alimentícia em relação ao total de vagas criadas no mês, com a geração de 3.602 postos de trabalho, ante 12.676 do setor alimentício.

O nível de emprego na indústria de alimentos cresceu em abril ante março 3,5% e 6% sobre o mesmo mês de 2011. O setor de couro, artigos para viagem e calçados teve expansão de 1,4% (876 novas vagas) na comparação com março e 8% ante abril do ano passado. Já os setores que apresentaram o pior desempenho foram os de metalurgia (queda de 1,9% em abril ante março, ou saldo negativo de 1.563 empregos), de produtos de metal (recuo de 0,5% no mês e 1.097 empregos a menos), de equipamentos de informática e de produtos eletrônicos e ópticos (queda de 1,2% no período e saldo negativo de 876 vagas).

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