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FecomercioSP quer fim de medidas que valorizam o dólar

09:26 | 17/05/2012
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgou ontem (16) nota à imprensa em que pede a revogação das medidas adotadas pelo governo para conter a valorização do real. "Para o bem do ambiente brasileiro de negócios e a continuidade dos intercâmbios comerciais, a FecomercioSP entende que o 'arsenal' de medidas do governo para conter o câmbio deva ser desmobilizado", afirma a nota.

Segundo o assessor econômico da entidade, Fábio Pina, a elevação da taxa de câmbio para próximo de R$ 2 é uma marca que chama a atenção da sociedade, mas não é o que motivou a entidade a se manifestar sobre o tema. "Os R$ 2 são uma marca na qual todo mundo presta atenção, mas esse alerta era uma coisa de que já se falava. A gente sabe que, se o câmbio voltar pra R$ 2,50 ou R$ 3,00, o governo vai ter de elevar os juros", afirmou. Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,0010, com alta de 0,05%.

A entidade alega que a intensificação da crise europeia e o início da recuperação da atividade dos Estados Unidos deverão prorrogar o ciclo de valorização do dólar frente ao real. "A federação vislumbrava novos momentos de tensão na Europa e sabia que isso seria suficiente pra fazer com que o câmbio se desvalorizasse. Então para que se antecipar ao mercado criando uma série de ruídos?", disse Pina, informando, no entanto, desconhecer alguma tentativa da entidade de apresentar formalmente ao governo as reivindicações da entidade.

O assessor econômico reiterou que a entidade já criticava o governo por conta das medidas adotadas. "A FecomercioSP já vinha alertando o governo, por exemplo, que mexer no Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para conter o câmbio não era o caminho porque o mercado passa a deixar de funcionar livremente."

Na nota, a federação defendeu a revogação da mudança no prazo de empréstimos estrangeiros isentos do pagamento da alíquota de 6% do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), que passou de três para cinco anos. Além disso, a entidade criticou a alta em 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados de fora do Mercosul e o aumento do IOF sobre as compras feitas com cartão de crédito no exterior, de 2,38% para 6,38%.

De acordo com a nota, o fim das medidas compensaria, em parte, as altas de custos dos produtos e de captação de recursos provocadas pelo novo posicionamento do câmbio.

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