PUBLICIDADE
Notícias

Crescimento nulo no 1º trimestre evita recessão

16:31 | 15/05/2012
A Eurozona registrou um crescimento nulo (0,0%) no primeiro trimestre de 2012, após uma queda de 0,3% do PIB no trimestre anterior, segundo uma primeira estimativa divulgada pela Eurostat, a agência de estatística europeia.

Os dados divulgados pela Eurostat são melhores do que os projetados pelos analistas (-0,2%) e permitem, por pouco, que a zona do euro evite a recessão, que tecnicamente é definida por dois trimestres consecutivos de PIB negativo.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia caiu 6,2% em ritmo anual no primeiro trimestre de 2012, após uma queda de 7,5% no último trimestre de 2011, segundo as primeiras estimativas oficiais de Atenas.

Em março, o Banco Central grego advertiu para o risco de uma recessão mais forte que a esperada este ano, com uma queda estimada do PIB de 4,5%. Em 2011, o PIB retrocedeu 6,9%.

A Itália, terceira economia da Eurozona, continuou em recessão no primeiro trimestre de 2012, com uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8% na comparação com o período anterior, anunciou o instituto de estatísticas Istat.

A economia italiana, paralisada pela crise da dívida e por sucessivos programas de ajuste para tranquilizar os mercados, entrou oficialmente em recessão no início do ano, após a contração do PIB durante dois trimestres consecutivos (-0,7% no quarto trimestre de 2011 e -0,2% no terceiro).

De acordo com a Eurostat, a Espanha voltou a entrar formalmente em recessão, depois de uma queda de 0,3% no primeiro trimestre do ano.

Na Alemanha, a economia registrou crescimento de 0,5% no primeiro trimestre, na comparação com o período anterior.

Na França, o resultado foi nulo nos primeiros três meses do ano.

"O grupo continua muito dependente da Alemanha", disse Jennifer McKeown, da Capital Economics. Mesmo nesse país, os analistas esperavam uma recuperação mais modesta, de 0,1%, após um retrocesso do PIB de 0,2% no trimestre anterior.

Em uma brecha que se faz cada vez mais ampla, os países submetidos à pressão dos mercados sofrem com a saída de capitais e com uma política monetária restritiva, enquanto que países como Alemanha, que passaram anos aplicando reformas econômicas, economizando e exportando a outros países, recebe entrada de capitais e uma política monetária ultra expansiva.

"As coisas tendem a piorar", disse McKeown.

Dos países resgatados (Grécia, Irlanda e Portugal), a Eurostat divulga informações apenas sobre Portugal.

Segundo as primeiras estimativas publicadas pelo escritório de estatísticas grego, o PIB da Grécia caiu 6,2% interanual no primeiro trimestre de 2012, após registrar uma queda de 7,5% no último trimestre de 2011.

Trata-se do quinto ano consecutivo de recessão na Grécia, que está imersa em uma grave crise política.

Nas eleições legislativas de 6 de maio, o eleitorado grego votou majoritariamente contra as medidas de austeridade exigidas pela UE e pelo FMI em troca de multimilionários empréstimos ao país.

Com a construção em ponto morto, a economia espanhola também acusou o golpe. Sem este motor, o país oscila desde então entre a recessão e um crescimento fraco, com uma taxa de desemprego recorde (24,44%).

A economia italiana, paralisada pela crise da dívida e por sucessivos programas de ajuste para tranquilizar aos mercados, é outra das que entrou oficialmente em recessão no início do ano. Assim como a Espanha, o país tem sido muito castigado nos últimos dias pelos mercados. Segundo analistas, a zona do euro não seguirá adiante caso esses desequilíbrios continuem.

AFP

TAGS