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Coutinho: Brasil manterá rota de crescimento sustentável

11:45 | 22/05/2012
Apesar dos desafios impostos pelo cenário internacional, a agenda de investimentos, sobretudo em projetos de infraestrutura, coloca o Brasil em uma trilha sólida de crescimento, disse nesta terça-feira o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Luciano Coutinho.

A principal qualidade da economia brasileira no contexto de crise internacional, segundo Coutinho, é ter grande quantidade de projetos de infraestrutura. "É preciso atrair poupança internacional e fomentar a poupança doméstica para financiar esses investimentos", disse o presidente do BNDES em palestra no Rio Investors Day, evento realizado nesta terça-feira na capital fluminense.

O financiamento de longo prazo, explicou, é fundamental para diminuir o descompasso entre a poupança doméstica disponível e a formação bruta de capital fixo. Nesse quadro, o desenvolvimento do mercado de capitais é fundamental. Coutinho defendeu o aprimoramento do mercado regulatório para fomentar operações de emissões de dívida corporativa. "O mercado de renda fixa tem que ter a mesma liquidez que a do mercado de ações".

Coutinho ressaltou que o governo quer aperfeiçoar o mercado de dívida corporativa de longo prazo a fim de ampliar o volume de investimentos na economia. Disse que "em questão de semanas" o governo fará mudanças na Lei 12.431 de 2011, que isentou de Imposto de Renda o rendimento das aplicações em títulos de dívida privada para investidores estrangeiros.

"Não são medidas radicais, de mudança profunda. O mais importante já foi feito, que é dar tratamento favorável em termos de tributação". Segundo Coutinho, o incentivo ao mercado de renda fixa privada, especialmente debêntures para infraestrutura, é importante para elevar investimentos por meio de poupança doméstica, além dos aportes do Tesouro ao BNDES. Coutinho não quis explicitar qual o volume de novos aportes será necessário neste ano.

O presidente do BNDES ressaltou que a reação do governo ao cenário de crise internacional neste ano é diferente da receita adotada entre 2008 e 2009, após a fase mais aguda da crise do mercado imobiliário nos Estados Unidos. Desta vez, disse ele, o fomento aos investimentos na economia permitirá ao Brasil recuperar o ritmo de crescimento econômico se a crise internacional piorar. Coutinho negou que o modelo de estímulos adotado pelo governo desde o início do ano tenha apenas foco no incentivo ao consumo.

Para ampliar sua capacidade de emprestar, o BNDES precisará de mais aportes do Tesouro Nacional neste ano. O presidente do banco não definiu, entretanto, o montante necessário. A perspectiva é de um valor aproximado de R$ 150 bilhões, sendo R$ 59 bilhões em infraestrutura. "Estamos em entendimento com o Tesouro", disse.

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