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Bens de capital evitaram queda maior na produção

11:29 | 03/05/2012
A produção de bens de capital e de bens duráveis evitou uma queda maior na indústria nacional na passagem de fevereiro para março. Mas o saldo positivo dessas duas categorias foi impulsionado pela recuperação de parte das perdas da atividade de veículos automotores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

"Muito do crescimento tanto de bens de capital quanto de bens de consumo duráveis tem relação direta por conta de veículos automotores. Os caminhões impactam a produção de bens de capital, e os automóveis impactam duráveis", explicou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

A produção de bens de capital teve alta de 3,8% em março ante fevereiro, mas, na comparação com março de 2011, houve queda de 5,7%. Já a fabricação de bens duráveis teve avanço de 3,4% em março em relação a fevereiro, mas, na comparação com março do ano passado, despencou 11,6%.

"Você tem uma retomada de produção, mas em patamar ainda abaixo do verificado no mesmo período do ano anterior. Os veículos automotores ainda são a principal contribuição negativa para a produção industrial nacional em relação a março de 2011, exatamente pela pressão negativa que os caminhões e automóveis mostram", contou Macedo.

No caso de bens de capital, houve contribuição positiva em março ante fevereiro de máquinas para escritório e equipamentos para informática (3,2%) "A parte de informática entra em bens de capital e também mostra crescimento esse mês", lembrou o pesquisador do IBGE.

Na categoria de bens duráveis, os eletrodomésticos da linha branca, beneficiados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), também contribuíram para o avanço na produção.

"A linha branca evita uma queda maior da atividade de máquinas e equipamentos (-0,8%) e impulsiona, junto com automóveis, o resultado da categoria de bens duráveis", disse Macedo. A atividade de mobiliário, também beneficiada pela redução do IPI, teve expansão de 2,8% em março, dando alguma contribuição também para os bens duráveis.

Efeito calendário

Nem o efeito calendário salvou o desempenho da indústria brasileira em março, em relação ao mesmo mês de 2011. A queda na produção foi de 2,1%, embora março de 2012 tenha tido um dia útil a mais do que em igual mês do ano anterior. O resultado negativo teve perfil disseminado, com três das quatro categorias de uso e a maior parte (16) das 27 atividades pesquisadas registrando redução na produção.

Entre as atividades, veículos automotores exerceu a maior influência negativa ao registrar queda de 7,5%, mas houve contribuições relevantes também de material eletrônico; aparelhos e equipamentos de comunicações (-18,4%); metalurgia básica (-6,5%); produtos de metal (-9,8%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,8%); edição, impressão e reprodução de gravações (-7,2%); têxtil (-8,0%) e máquinas e equipamentos (-1,9%).

"O maior volume de importações explica alguns dos impactos negativos mais importantes em relação a março de 2011", contou André Macedo, citando têxteis e telefones celulares.

Na direção oposta, ainda na comparação com março de 2011, entre os 11 setores que registraram taxas positivas, os principais impactos ficaram com outros equipamentos de transporte (11,3%), bebidas (6,8%) e outros produtos químicos (2,9%). No entanto, Macedo lembra que o resultado de alguns desses setores foi impulsionado por uma base de comparação mais baixa.

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