Para Mantega, Lagarde se equivocou ao falar de câmbio
Mantega disse que o Brasil está provando na prática a eficácia das intervenções no câmbio, uma vez que outros países estão usando a estratégia de desvalorização de suas moedas. "Com intervenções, podemos diminuir essa desvantagem que nossa indústria tem tido a partir do cambio valorizado."
De acordo com o ministro, o Brasil sempre esclareceu sua posição em relação à desvalorização das moedas de alguns países, que gera forte fluxo de entrada de capital em países emergentes como o Brasil. "A cada reunião que nós fazemos há uma tentativa de cercear esses movimentos de intervenção no câmbio, mas a maioria sempre acaba decidindo que está correta", afirmou. "No nosso caso, a intervenção no câmbio é absolutamente necessária e nós vamos continuar fazendo", acrescentou.
Ao ser questionado se o Brasil não deveria também avançar em reformas estruturais para aumentar a competitividade da indústria, Mantega declarou: "O Brasil nunca parou de fazer reformas. A cada mês temos uma reforma". O ministro lembrou que a última foi a criação do Fundo de Previdência Complementar para os servidores públicos. "Isso é uma grande reforma que vai dar sustentabilidade à Previdência. A desoneração da folha (de pagamentos da indústria) também é uma grande reforma."
Segundo Mantega, além das reformas, o Brasil está conseguindo reduzir os juros - e não somente a Selic, mas as taxas em toda a economia, incluindo os spreads (diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que é efetivamente cobrado do cliente final). "Estamos num bom caminho, com a reação muito positiva do setor financeiro a essa demanda que foi feita para redução dos spreads e aumento do crédito", completou.