Selic vai estimular investimentos, diz Coutinho
Segundo Coutinho, mais relevante do que um movimento de queda dos juros é a perspectiva de expansão duradoura do Produto Interno Bruto (PIB), com inflação sob controle. "É muito importante a sustentabilidade do crescimento da economia. Nós já temos vários exemplos de (países com) juros negativos e falta de confiança. É preciso que exista confiança", disse, após assinar acordo de cooperação técnica entre o BNDES e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
"O Brasil tem fronteiras de investimentos muito rentáveis, uma política macroeconômica sólida e podemos consolidar essa confiança. Nesse contexto, qualquer redução do custo de capital é favorável ao estímulo ao investimento", destacou.
Coutinho ressaltou que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que baliza os financiamentos concedidos pelo BNDES, não deve baixar em razão de queda da Selic de 10,50% para 9,75% ao ano. Ele destacou que o nível da TJLP obedece uma base própria de cálculo, fundamentada na inflação de longo prazo do Brasil mais a taxa de risco-país.
O acordo de cooperação técnica do BNDES com a Febraban visa aprofundar a troca de informações e ideias entre as instituições em assuntos vinculados ao sistema financeiro e ao desenvolvimento da economia do Brasil. Para Coutinho, os bancos comerciais podem contribuir para ampliar a geração de poupança e de investimentos no País, dado que há uma ampla demanda reprimida em diversos setores da economia, desde consumo de bens não duráveis, construção de imóveis e projetos de infraestrutura, fundamentais para reduzir gargalos na área de transportes, como os relativos a portos, rodovias e aeroportos.