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Valor da inadimplência em eletros sobe após queda do IPI

16:55 | 09/02/2012

Entusiasmados com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eletrodomésticos, que foi bem recebida pelos lojistas, em dezembro do ano passado, consumidores se apressaram em comprar novos bens para equipar suas casas. O movimento, porém, acabou tendo uma consequência colateral negativa para o comércio.

No primeiro mês deste ano, houve um aumento da inadimplência de valores intermediários devidos ao comércio, justamente onde estão acomodadas as prestações da maior parte dos utensílios domésticos, segundo avaliação feita pelo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior.

Para se ter uma ideia, as dívidas em atraso entre R$ 50,01 e R$ 100,00 passaram de 23,38% do total da inadimplência em janeiro de 2011 para 35,28% no mês passado. Movimento semelhante apresentou a faixa entre R$ 100,01 e R$ 250,00, que saltou de 25,21% em janeiro de 2011 para 33,32% no mês passado.

Juntas, essas duas fatias representam 68,60% do total do calote no setor. "Levando-se em conta que um eletrodoméstico pode custar R$ 1.000,00, as parcelas divididas em até 10 vezes encaixam exatamente nesses valores, o que nos leva a crer que o aumento se deveu às vendas desses equipamentos", considerou o presidente da CNDL.

O saldo da redução do IPI ainda é positivo para o comércio, segundo Pellizzaro Júnior, mas trouxe também efeitos negativos. De acordo com ele, a desoneração serviu mais para evitar que as vendas do segmento caíssem no final do ano passado e começo de 2012 do que propriamente para estimular o consumo. "Não foi tão bom assim, mas, com certeza, o pior para o comércio é não vender", comparou.

Já as parcelas de inadimplência com valores mais próximos ao extremo foram reduzidas em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês de 2011. As de R$ 0,01 até R$ 50,00 diminuíram de 24,94% para 13,13% no período. As de R$ 250,01 a R$ 500,00 foram reduzidas de 12,24% para 10,88% e as que são acima de R$ 500,00 passaram de 14,24% para 7,24%.

"Podemos observar uma mudança de comportamento dos consumidores em janeiro de 2012. No início do ano anterior, o total de registros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) ficava concentrado em valores mais baixos. Hoje, os valores estão mais altos em função das desonerações de IPI para eletrodomésticos", argumentou. Ele salientou que os montantes maiores são mais difíceis de serem negociados e que isso traz um impacto no número menor de pessoas que limpam o seu nome.

Cancelamentos

O volume de cancelamentos de registros no SPC Brasil caiu 4,03% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado - ante dezembro, a queda foi de 21,68%. Essa forte queda ante o último mês de 2011 foi atribuída à forte base de comparação, já que muitos consumidores, conforme Pellizzaro Junior, optaram por limpar o nome em dezembro.

Ainda de acordo com dados do SPC Brasil, 35,52% dos consumidores ficaram inadimplentes por até 13 dias em janeiro; 16,72% por até um mês; 10,36% por até dois meses; 4,29% por até três meses e 6,41% por até seis meses. O total de dívidas em atraso no mês passado foi de 6,41% entre as pessoas que não pagam suas contas por até um ano; 5,33% por até dois anos; 3,78% por até três anos; 3,36% por até quatro anos e 6,96% por até cinco anos -0,82% das dívidas já prescreveram.

Agência Estado

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