A economia italiana poderá se estabilizar já no segundo semestre deste ano, auxiliada por mercados financeiro e de crédito mais calmos, disse o presidente do Banco Central da Itália, Ignazio Visco, durante um discurso em conferência realizada na cidade de Parma.

O Produto Interno Bruto (PIB) da terceira maior economia da zona do euro deverá provavelmente contrair 1,5% neste ano, previu Visco. "Mas temos de olhar adiante", disse. Segundo ele, os custos mais baixos para financiar a dívida soberana italiana e maior liquidez bancária significarão que o PIB poderá se estabilizar já no segundo semestre e começar a expandir em 2013.

Ele observou que o governo tecnocrata do primeiro-ministro Mario Monti, que foi empossado em novembro passado, está anunciando uma série de reformas estruturais visando aumentar o potencial de crescimento econômico da Itália.

Embora essas reformas levarão anos para dar frutos, a convicção da população de que elas vieram para ficar poderá dar um impulso imediato à atividade econômica, disse Visco.

"Mesmo que os efeitos de intervenções individuais aconteçam gradualmente, um plano de grande amplitude poderá ter uma influência positiva sobre as expectativas de curto prazo e assim estimular a demanda agregada e a recuperação do investimento", afirmou o presidente do BC italiano.

Ele também disse que, se os custos de rolagem da dívida soberana italiana permanecerem no nível atual de três pontos porcentuais acima do custo pago pela Alemanha, a Itália poderá, com o prometido superávit primário de 5% do PIB até 2013, reduzir o seu endividamento público para além do que foi exigido pelas novas regras da União Europeia. As informações são da Dow Jones.